Coloca dinheiro em cima do problema e para isso vai buscar a única entidade sobre a qual exerce influência que tem liquidez suficiente para ajudar a mascarar a situação - a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Ninguém sabe bem até onde vai o problema financeiro do Montepio. O que se sabe é que ninguém quer colocar em risco uma instituição financeira em que cerca de meio milhão de associados de uma associação mutualista centenária confiam.
O provedor da Santa Casa, Pedro Santana Lopes, tem tentado disfarçar o incómodo que as perguntas sobre o tema lhe causam. Diz que a oportunidade está em cima da mesa, que está a estudá-la e que ainda não conversou seriamente com ninguém sobre o assunto. Se fosse preciso alguma confirmação de que o assunto está mesmo em vias de se consumar estas afirmações retiram qualquer dúvida.
É clara a total falta de sintonia entre este investimento e o objeto social da Santa Casa. Mas o que me espanta é que ninguém queira explicar três coisas. A primeira é qual o interesse estratégico desta operação. A segunda é perceber de que forma 140 milhões de euros resolvem o problema do Montepio. A terceira é ter consciência de que a maior fonte de receita da Santa Casa está em mudança e que os resultados dos últimos anos poderão não se repetir no futuro.
Este negócio destrói valor à Santa Casa e não traz para o Montepio o parceiro estratégico de que este necessita. Mas já vimos que o ministro da Segurança Social está mais preocupado com os danos políticos - que não sistémicos - que a instabilidade do Montepio lhe pode trazer do que com a salvaguarda da situação financeira presente e futura da Santa Casa.
Em cima do bolo temos a habitual cereja. O Banco de Portugal está a acompanhar tudo isto. Que melhor garantia podemos ter que a coisa não vai correr nada bem?
Jurista
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
... há bancos que não podem cair nas mãos de privados. Há algo nas suas contas, nos créditos mal parados e noutras preciosidades que hibernam nas imparidades atiradas para as calendas gregas...
A imbecilidade é extraordinária!
Gostaria de saber se este e outros senhores que se sentem proprietários da razão, têm a nação sobre as necessidades de capital do Montepio, antes de continuarem a esfregar o seu nome na lama? Já agora, a pseudo pergunta (mal escrita) do título não foi respondida...
Li que: "Banco de Portugal empurra Santana para o Montepio
A última vez que vi o BdP dar um empurrão foi quando obrigou o BES a fazer o famoso aumento de capital.
Resultado: o BES faliu um mês depois...e nasceu um exército de lesados.
Onde o BdP se mete...já sabemos o resultado!
A historia demonstra que quem costuma abrir as pernas do dinheiro público (ou forçar o cidadão) para dar a privados não são os de esquerda. Mas hoje em dia eles estão bem misturados, já não se sabe quem é quem...
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site do Negócios, efectue o seu registo gratuito.
Coloca dinheiro em cima do problema e para isso vai buscar a única entidade sobre a qual exerce influência que tem liquidez suficiente para ajudar a mascarar a situação - a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Ninguém sabe bem até onde vai o problema financeiro do Montepio. O que se sabe é que ninguém quer colocar em risco uma instituição financeira em que cerca de meio milhão de associados de uma associação mutualista centenária confiam.
O provedor da Santa Casa, Pedro Santana Lopes, tem tentado disfarçar o incómodo que as perguntas sobre o tema lhe causam. Diz que a oportunidade está em cima da mesa, que está a estudá-la e que ainda não conversou seriamente com ninguém sobre o assunto. Se fosse preciso alguma confirmação de que o assunto está mesmo em vias de se consumar estas afirmações retiram qualquer dúvida.
É clara a total falta de sintonia entre este investimento e o objeto social da Santa Casa. Mas o que me espanta é que ninguém queira explicar três coisas. A primeira é qual o interesse estratégico desta operação. A segunda é perceber de que forma 140 milhões de euros resolvem o problema do Montepio. A terceira é ter consciência de que a maior fonte de receita da Santa Casa está em mudança e que os resultados dos últimos anos poderão não se repetir no futuro.
Este negócio destrói valor à Santa Casa e não traz para o Montepio o parceiro estratégico de que este necessita. Mas já vimos que o ministro da Segurança Social está mais preocupado com os danos políticos - que não sistémicos - que a instabilidade do Montepio lhe pode trazer do que com a salvaguarda da situação financeira presente e futura da Santa Casa.
Em cima do bolo temos a habitual cereja. O Banco de Portugal está a acompanhar tudo isto. Que melhor garantia podemos ter que a coisa não vai correr nada bem?
Jurista
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Cofina Media - Grupo Cofina. Consulte as condições legais de utilização.