É o que acontece na Alemanha, em que existe um conjunto significativo de unidades industriais estruturantes, que suportam os vários "clusters" onde a Alemanha se tornou competitiva a nível global e que estão na base dos sistemáticos excedentes comerciais da economia alemã.
Neste caso particular, a capacidade competitiva é reforçada pela interligação destas unidades produtivas com o sistema financeiro regional e com o sistema universitário e de investigação.
Não é, assim, de estranhar que o Governo alemão se prepare para uma redução significativa da carga fiscal sobre as empresas e sobre as famílias, aumentando a qualidade de vida destas e a capacidade competitiva daquelas.
Pelo contrário, as economias frágeis têm um número reduzido de unidades estruturantes e um tecido empresarial suportado em pequenas e médias empresas, com pouca capacidade para competirem no mercado global.
Nestes países, os resultados provenientes da instalação de uma unidade estruturante são imediatamente visíveis.
Foi o que aconteceu em Portugal com a instalação da Autoeuropa, que potenciou, de imediato, o crescimento e o reforço das unidades produtoras de componentes automóveis, tornando o "cluster" automóvel nacional razoavelmente competitivo e com um volume de exportações considerável.
O país precisa, urgentemente, de mais duas ou três Autoeuropas.
Se tivermos em consideração as unidades complementares para a criação e consolidação de "clusters", as unidades estruturantes que melhorariam significativamente a solidez da nossa economia situam-se nas áreas dos equipamentos eléctricos (consolidando o "cluster" energético), dos equipamentos de comunicação (aprofundando o "cluster" das TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação) ou da indústria farmacêutica (robustecendo o "cluster" das biotecnologias e tecnologias da saúde).
Em todos estes casos, é possível identificar os grandes "players" mundiais e preparar um programa que torne atraente a localização em Portugal, de uma unidade produtiva de referência internacional.
E a AICEP Global tem as competências necessárias para preparar este programa de incentivos.
As dificuldades para a concretização deste objectivo situam-se a montante, ou seja, na capacidade do governo para eliminar os receios dos investidores estrangeiros (e, por contágio, inteligência e prudência, dos investidores nacionais), levando-os a investir em Portugal.
Face à evolução recente do investimento, com taxas de variação negativas, em relação ao ano transacto, reflectindo os receios de instabilidade fiscal, instabilidade laboral, e incumprimento contratual, por parte dos investidores, nacionais e estrangeiros, não parece ser um caminho fácil.
Mas não há alternativa para o robustecimento da economia portuguesa, e quanto mais depressa os portugueses interiorizarem este facto, melhor.
Professor Associado Convidado do ISCTE
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É o que acontece na Alemanha, em que existe um conjunto significativo de unidades industriais estruturantes, que suportam os vários "clusters" onde a Alemanha se tornou competitiva a nível global e que estão na base dos sistemáticos excedentes comerciais da economia alemã.
Neste caso particular, a capacidade competitiva é reforçada pela interligação destas unidades produtivas com o sistema financeiro regional e com o sistema universitário e de investigação.
Não é, assim, de estranhar que o Governo alemão se prepare para uma redução significativa da carga fiscal sobre as empresas e sobre as famílias, aumentando a qualidade de vida destas e a capacidade competitiva daquelas.
Pelo contrário, as economias frágeis têm um número reduzido de unidades estruturantes e um tecido empresarial suportado em pequenas e médias empresas, com pouca capacidade para competirem no mercado global.
Nestes países, os resultados provenientes da instalação de uma unidade estruturante são imediatamente visíveis.
Foi o que aconteceu em Portugal com a instalação da Autoeuropa, que potenciou, de imediato, o crescimento e o reforço das unidades produtoras de componentes automóveis, tornando o "cluster" automóvel nacional razoavelmente competitivo e com um volume de exportações considerável.
O país precisa, urgentemente, de mais duas ou três Autoeuropas.
Se tivermos em consideração as unidades complementares para a criação e consolidação de "clusters", as unidades estruturantes que melhorariam significativamente a solidez da nossa economia situam-se nas áreas dos equipamentos eléctricos (consolidando o "cluster" energético), dos equipamentos de comunicação (aprofundando o "cluster" das TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação) ou da indústria farmacêutica (robustecendo o "cluster" das biotecnologias e tecnologias da saúde).
Em todos estes casos, é possível identificar os grandes "players" mundiais e preparar um programa que torne atraente a localização em Portugal, de uma unidade produtiva de referência internacional.
E a AICEP Global tem as competências necessárias para preparar este programa de incentivos.
As dificuldades para a concretização deste objectivo situam-se a montante, ou seja, na capacidade do governo para eliminar os receios dos investidores estrangeiros (e, por contágio, inteligência e prudência, dos investidores nacionais), levando-os a investir em Portugal.
Face à evolução recente do investimento, com taxas de variação negativas, em relação ao ano transacto, reflectindo os receios de instabilidade fiscal, instabilidade laboral, e incumprimento contratual, por parte dos investidores, nacionais e estrangeiros, não parece ser um caminho fácil.
Mas não há alternativa para o robustecimento da economia portuguesa, e quanto mais depressa os portugueses interiorizarem este facto, melhor.
Professor Associado Convidado do ISCTE
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