Os secretários-gerais da ONU
Em 70 anos as Nações Unidas tiveram oito secretários-gerais, todos homens, apesar da carta da ONU, assinada em São Francisco a 26 de Junho de 1945, ser o primeiro tratado internacional a afirmar a igualdade entre homens e mulheres. A Europa é o continente que mais vezes conseguiu o lugar cimeiro da organização.

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Noruega
Trygve Halvdan Lie
1946-1952
O primeiro secretário-geral das Nações Unidas era jurista, diplomata e líder do Partido Trabalhista norueguês. Durante a Segunda Guerra Mundial assumiu a pasta dos Negócios Estrangeiros da Noruega e foi ele que, em Abril de 1945, liderou a delegação norueguesa na Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional, em São Francisco, que viria a dar origem à Carta das Nações Unidas. Enquanto secretário-geral da ONU apoiou a fundação de Israel e o seu envolvimento da Guerra da Coreia, a favor da Coreia do Sul, fez com que no momento da sua reeleição, em 1950, não tivesse o apoio da União Soviética. Renunciou ao cargo um ano antes de terminar o segundo mandato.

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Suécia
Dag Hammarskjöld
1953-1961
Quando foi eleito para secretário-geral da ONU Dag Hammarskjöld tinha no currículo vários cargos governamentais no seu país nas áreas da economia e relações internacionais e o lugar de Presidente do Banco da Suécia. Integrou a delegação sueca várias vezes na assembleia geral da ONU. O seu primeiro grande desafio enquanto secretário-geral da ONU veio do Egipto, quando o presidente Nasser, em 1956, nacionalizou o canal do Suez, que era propriedade de empresas britânicas e francesas.O seu mandato foi interrompido por uma tragédia. Em Setembro de 1961, Dag Hammarskjöld morreu num acidente de avião, perto da fronteira da República Democrática do Congo com a Zâmbia, durante uma missão de paz na região.

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Mianmar
U Thant
1961-1971
Quando foi nomeado para o cargo U Thant era representante permanente da Birmânia (hoje Mianmar) nas Nações Unidas, com estatuto de embaixador. Este diplomata ocupou vários cargos no seu país na área da educação e foi secretário do Ministério da Informação. O foco do seu mandato como secretário-geral das Nações Unidas foi a paz no Médio Oriente e o fim da guerra no Vietname. Esteve também envolvido na resolução da crise cubana dos mísseis e no fim da Guerra civil do Congo. Foi um forte opositor ao regime do apartheid na África do Sul. Já no final do seu mandato presidiu à sessão que aprovou a admissão da China na ONU.

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Áustria
Kurt Waldheim
1972-1981
Iniciou a sua carreira diplomática na ONU em 1945 quando foi Observador Permanente das Nações Unidas para a Áustria. Mais tarde tornou-se chefe da missão austríaca, quando o país foi admitido na organização. Viria a tornar-se representante permanente da Áustria na ONU, função que desempenhava quando foi eleito secretário-geral da organização. Teve como principais dossiers o conflito na Namíbia e no Médio Oriente. E também a guerra na Índia e Paquistão. O apoio às vítimas da seca prolongada na África Subsaariana foi outra causa humanitária que abraçou.

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Peru
Javier Pérez de Cuéllar
1982-1991
O diplomata foi membro da delegação peruana na primeira sessão da Assembleia Geral em 1946 e, durante quase uma década, representante permanente do Peru nas Nações Unidas, respondendo também pelo país no Conselho de Segurança. Durante o seu mandato mediou o diferendo entre a Grã-Bretanha e a Argentina na sequência da Guerra das Malvinas e contribuiu para a estabilização de conflitos na América Central. Esteve ainda envolvido nas negociações para a independência da Namíbia, para a resolução do conflito entre Marrocos e a Frente Polisário e a divisão da ilha de Chipre. Foi no seu mandato que a ONU começou a debater-se pelo desenvolvimento sustentado e pelas questões ambientais.

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Egipto
Boutros Boutros-Ghali
1992-1996
Foi ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto. Em 1978 participou na negociação dos acordos de Camp David entre o Egipto e Israel, que foram assinados no ano seguinte. Durante o seu mandato defendeu a mediação das Nações Unidas no conflito pós Guerra-fria. Mas as operações para a manutenção da paz na Bósnia e Herzegovina, na Somália e no Ruanda foram demoradas e difíceis. Os Estados Unidos da América, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança, vetaram um segundo mandato de Boutros-Ghali.

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Gana
Kofi Annan
1997-2006
Quando foi nomeado ocupava o cargo de subsecretário-geral do Departamento de Operações de Paz das Nações Unidas. Mas antes de desempenhar essas funções serviu a organização durante mais de 30 anos noutros cargos. Pouco depois de tomar posse, escreveu dois documentos orientadores sobre reformas de gestão na ONU, com o objectivo de renovar a organização. Desempenhou um papel central na constituição de um fundo global para o combate à SIDA. Recebeu, juntamente com as Nações Unidas, o prémio Nobel da Paz em Dezembro de 2001. Annan foi um opositor da invasão do Iraque em 2003 e do programa nuclear do Irão.

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Coreia do Sul
Ban Ki-moon
2007-2016
Ban Ki-moon é um diplomata de carreira. A sua ligação à ONU começou em 1975 quando integrou a Divisão das Nações Unidas no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul. Mais tarde foi primeiro secretário da missão permanente do seu país junto da organização em Nova Iorque. Foi ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul entre 2004 e 2006. Cargo que abandonou quando foi eleito secretário-geral das Nações Unidas. Enquanto líder da organização conduziu reformas em áreas como as forças de manutenção da paz e o aquecimento global. Teve que lidar também com dossiers quentes como o do terrorismo e o dos refugiados. Termina o mandato no final do ano.

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