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BCE: Compra de dívida italiana "condicionada" pela execução de reformas
A continuação da compra de dívida soberana de Itália pelo Banco Central Europeu (BCE) está "condicionada" à execução das reformas por Silvio Berlusconi, disse hoje Yves Mersch, membro do Conselho de Governadores do BCE.
Lusa
06 de Novembro de 2011 às 13:45
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O governo de centro-direita de Silvio Berlusconi aprovou dois planos de austeridade (em Julho e Setembro) no valor de 60 mil milhões de euros em três anos com o objectivo de equilibrar as contas do Estado italiano até 2013.
Para o líder luxemburguês, a compra de títulos de um país pelo BCE deve ser "limitada em quantidade e no tempo” e tem o “único objectivo” de assegurar a “transmissão integral da política monetária”.
Por esse motivo, afirmou, se o BCE constatar que as intervenções no mercado secundário de dívida “são prejudicadas pela falta de esforços dos Governos nacionais” estas devem ser repensadas.
O BCE decidiu no início de Agosto retomar o seu programa de compra de títulos soberanos de países da Zona Euro (adoptada na primavera de 2010 para prestar assistência à Grécia) devido ao agravamento da crise da dívida soberana e o seu contágio a Itália e Espanha.
Estas aquisições ajudaram a acalmar as tensões durante algum tempo, fazendo descer de níveis recordes as taxas de juro cobradas pelos investidores para transaccionarem títulos de Itália ou Espanha.
Ainda assim, a 28 de Outubro, as taxas de juro dos títulos de Itália a 10 anos passaram o limiar simbólico dos seis por cento e na sexta-feira (em plena cimeira do G20) atingiram 6,4%, um nível considerado insuportável para a Itália, que tem de fazer frente a uma dívida de 1.900 milhões de euros (correspondente a 120% do Produto Interno Bruto).
Precisamente na sexta-feira, o Executivo de Roma pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para monitorizar as contas do país, ainda que tenha rejeitado o apoio financeiro providenciado pela instituição.