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Aguiar Branco: Anterior Governo deve pedido de desculpas às Forças Armadas
O ministro da Defesa, Aguiar Branco, atribuiu hoje ao anterior Governo a responsabilidade das medidas anunciadas esta semana, que afectam a carreira militar.
Lusa
14 de Agosto de 2011 às 21:54
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“Há situações que vieram do anterior Governo que podiam ter sido evitadas e ao ser evitadas não teríamos um problema sério como este que tivemos de resolver esta semana”, disse o ministro Aguiar Branco, aos jornalistas, à margem da cerimónia comemorativa do Dia da Arma de Infantaria e da Escola Prática de Infantaria, que decorreu em Mafra.
O ministro referiu, a este propósito, que o Governo decidiu na passada quinta-feira, na reunião do Conselho de Ministros, “que não haveria lugar a qualquer devolução” de verbas inerentes às promoções entretanto feitas nos vários ramos desde 2010.
“Era uma matéria que preocupava o Governo e muito importante no que diz respeito à análise e resolução deste assunto, e decidimos que não há lugar a devolução”, reiterou Aguiar Branco.Neste sentido, o Executivo irá trabalhar no sentido de “encontrar agora as soluções em concreto para futuro. Foi isso que foi deliberado no Conselho de Ministros”.
Aguiar Branco comprometeu-se, por isso, “a estudar caso a caso para que se possam acomodar as situações para futuro”.
Antes das declarações aos jornalistas, o ministro da Defesa já tinha destacado o pedido de desculpas às Forças Armadas no discurso que proferiu por ocasião desta cerimónia, e garantiu “não adiar problemas, fingir que não existem”.
“Esta semana tomamos medidas difíceis, digo-vos também que só estamos no princípio. Perguntam-me se podemos vir a cometer alguma injustiça neste caminho, não vos posso garantir que isso não aconteça”, disse Aguiar Branco.
O ministro afiançou que “não será o Ministério da Defesa, não será o ministro da Defesa, não serão as Forças Armadas, que vão falhar ao país”.
Destacando que as dificuldades que o país enfrenta terão de ser partilhadas por todos, “civis ou militares”, Aguiar Branco reconheceu que seria “mais cómodo” não ter comparecido nesta cerimónia, mas “tal não pode tomar o lugar da lealdade e da frontalidade”.
“Podia não estar presente nesta cerimónia, seria porventura mais cómodo, evitaria o risco de ouvir algumas críticas, umas compreensíveis e justas, outras nem tanto, mas o comodismo não pode tomar o lugar da lealdade e da frontalidade porque são esses os valores que orientam as Forças Armadas e inspiram a confiança”, concluiu o ministro.