Notícia
Alemanha quer "independentes" a castigar os países mal comportados do euro
O governo alemão aprovou hoje uma proposta para regulamentar o novo "Pacto do euro". Insiste em limites constitucionais à dívida e quer um órgão independente com poderes para decretar sanções "automáticas" aos países que não fizerem o suficiente para restaurar a competitividade e a saúde das finanças públicas das respectivas economias.
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Em causa está a regulamentação da proposta, há quase um ano apresentada também pela chanceler Angela Merkel, de lançar um "Pacto para a Competitividade", cujas grandes orientações foram já acordadas pelos líderes europeus, no quadro do que acabou por ficar baptizado de "Pacto do Euro".
O objectivo deste Pacto – paralelo ao Pacto de Estabilidade, que será também reforçado para castigar mais duramente quem (possivelmente a partir de 2013) deixe derrapar as finanças públicas – é reduzir o fosso de competitividade entre um centro dinâmico e uma periferia que definha, o que pesa igualmente sobre a sobrevivência do euro.
O Pacto abre caminho a um governo económico, destinando-se a apertar a coordenação das políticas económicas e mesmo a convergência de algumas delas, designadamente as práticas salariais, idade da reforma e base tributável das empresas.
Ao contrário do que está actualmente previsto no Pacto de Estabilidade – cujas sanções podem sempre, em última análise, ser travadas pelos ministros das Finanças – a Alemanha sugere que o cumprimento dos "critérios de competitividade" seja avaliado por um órgão independente.
Segundo explicou o ministro, Berlim apoia a criação de um “Conselho de Estabilidade” que tendencialmente passaria também a ter o poder de decretar sanções em caso de derrapagem orçamental (atribuição hoje na esfera dos ministros das Finanças).