Na semana em que a dramatização e incerteza quanto à aprovação do Orçamento tem o seu epílogo, com o Governo a entregar na próxima sexta-feira a proposta no Parlamento, o CDS/PP pode reentrar neste jogo de pressão política e abandonar a "posição confortável", na expressão dos analistas, que tem assumido nas últimas semanas.

Num momento em que o PSD já terá mesmo decidido que irá chumbar o diploma, se ele confirmar um novo aumento de impostos, os populares têm reagido com maior contenção verbal e têm praticamente ultimado o seu próprio pacote de medidas de corte na despesa para apresentar a Teixeira dos Santos, que desafiou a oposição a contribuir com sugestões que evitem o agravamento fiscal. O partido liderado por Paulo Portas aceitou o repto e prepara-se para detalhar cortes possíveis, concentrados na despesa corrente e nos consumos intermédios do Estado.