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Banco Central da Irlanda: Mais pobres foram os que mais sofreram com a crise
Apesar de referir que a crise irlandesa teve um impacto semelhante em todos os escalões de rendimento, o governo do Banco Central da Irlanda reconhece que os mais pobres são quem mais está a sofrer.
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"A crise tem tido um impacto semelhante entre todos os níveis de rendimento. Olhando para o índice de Gini ele mantém-se semelhante ao período pré-crise", explicou Patrick Honohan, governador do Banco Central da Irlanda, numa conferência em Dublin, sobre o futuro da economia irlandesa. "Mas claro que os rendimentos mais baixos sofrem mais e o número de famílias com situações de privação material aumentaram."
Poucos dias depois de a Irlanda ter terminado o seu programa e feito um leilão de dívida a dez anos, o governador referiu que "o programa não fez mais do que se comprometeu" no que diz respeito ao acesso aos mercados financeiros.
Questionado sobre se os progressos observados se deveram à actuação do Governo irlandês ou do Banco Central Europeu, Honohan admitiu que "o período de maior pressão sobre os juros irlandeses ocorreu em períodos em que nada de mau estava a acontecer na Irlanda" e que "esse medo desapareceu".
"Contudo os spreads irlandeses também caíram e isso deveu-se à disciplina orçamental. Não tanto com os números, mas com a disciplina", acrescentou.
*Jornalista na Irlanda