Notícia
Câmara de Lisboa critica possibilidade de criação de taxa à entrada das cidades
"As portagens já existem", afirmou o vereador Nunes da Silva, referindo-se ao facto de todas as vias de acesso à capital com excepção do IC 19 já serem portajadas.
Lusa
04 de Agosto de 2011 às 12:32
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A imprensa noticia hoje que o ministro da Economia pondera estudar a criação de uma taxa especial para a entrada de carros nas grandes cidades.
Nunes da Silva explicou que "essas portagens foram estabelecidas como forma de amortizar o investimento privado" e "não reflectem uma política de transportes, mais favorável ao transporte colectivo".
Sobre a possibilidade de uma taxa à entrada das grandes cidades, o vereador disse que deve haver um "equívoco", porque "quem tem competência exclusiva" para definir esse tipo de cobrança "não é o Governo, mas as câmaras".
O responsável pela mobilidade em Lisboa declarou ainda que a câmara municipal "tem um sistema muito mais eficaz para controlar o acesso ao centro da cidade, que é a política tarifária de estacionamento", lembrando as recentes que têm "em conta as alternativas em termos de transportes colectivos" e de estacionamento.
A propósito da cobrança de taxas, o vereador referiu que quando "foram introduzidas portagens na CREL verificou-se um aumento de cerca de 20 por cento de tráfego na segunda circular", esperando que "não se cometa o mesmo erro em relação à CRIL".
Nunes da Silva referiu ainda que as auto-estradas, vias rápidas e pontes "construídas há mais tempo, têm portagens mais baratas, e as mais recentes têm portagens mais caras", dando "origem a verdadeiras aberrações do ponto de vista da políticas de transportes".
A título de exemplo, o vereador referiu também que "a zona com maior poder de compra - o corredor de Oeiras Cascais - tem "portagens mais baratas", e as "zonas construídas mais recentemente, como a ponte Vasco da Gama tem uma portagem mais cara".
Se o Governo quer definir uma política de portagens para regular o tráfego e favorecer a utilização de transportes colectivos nas cidades, "o que tem de fazer é definir uma política de portagens em função da procura", defendeu o vereador.