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China já é o terceiro mercado de Portugal fora da Europa
A China já é o terceiro mercado de Portugal fora da Europa, a seguir a Angola e aos Estados Unidos, realçou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCIL-C), João Marques da Cruz, acerca do desenvolvimento das relações bilaterais.
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"Ao contrário do que a grande maioria dos portugueses deve pensar, actualmente já exportamos mais para a China do que para o Brasil", disse Marques da Cruz à agência Lusa em Pequim.
"Isto é um fenómeno da última década. Há dez anos, a China não estava sequer no 'top 10' das nossas exportações extra-europeias", acrescentou.
Na primeira entrevista desde que assumiu a presidência da CCIL-C, há cerca de um ano, Marques da Cruz considerou Macau "um activo que Portugal deve valorizar", mas defendeu que as relações luso-chinesas "não se podem esgotar" naquele território.
Portugal devia ter um "acordo de entendimento estratégico" com a China, idêntico ao que une Pequim a Berlim, com cimeiras regulares entre os dois governos, disse.
As exportações portuguesas para a China duplicaram nos últimos dois anos, somando 1,128 mil milhões de euros em 2012.
Membro do Conselho de Administração executivo da EDP, nascido em 1961 e formado em Economia, Marques da Cruz foi o último presidente do ICEP, organismo extinto em 2007 e que deu origem à actual AICEP (Agência para a promoção do Investimento e Comercio Externo de Portugal).
Ao longo da sua carreira de gestor, já foi presidente da Companhia de Electricidade de Macau (CEM) e conhece a China há mais de vinte anos.
Questionado sobre os conselhos que daria aos empresários interessados em fazer negócios na China, Marques da Cruz destacou: "É preciso conhecer melhor o país, não olhar para a China como um todo e escolher um bom parceiro".
"A China não é um mercado, são muitos mercados. É preciso fazer negócios cidade a cidade, província a província (...).Tentar ir para a China sem um bom parceiro é um erro", afirmou.
No plano bilateral, Marques da Cruz considerou que a decisão do Governo português de vender 21,35% das ações da EDP à China Three Gorges, em Dezembro de 2011, é "um marco" e "terá um efeito multiplicador".
"Não houve nenhuma discriminação e Portugal mostrou que é um país que acolhe investimento não europeu", salientou.
A entrada daquela empresa estatal chinesa no capital da EDP foi também um dos maiores investimentos da China na Europa, no valor de 2.700 milhões de euros.