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Deputados alemães querem que Espanha e Itália vendam ouro para pagar a dívida
Partido de Ângela Merkel sugere que Itália e Espanha vendam reservas de ouro para baixar a dívida, tal como já havia recomendado a Portugal. Contudo, regras europeias impedem que recursos da operação sejam canalizados para esse fim.
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A ideia partiu da CDU, o partido de Ângela Merkel, e do partido liberal alemão (FDP), membros da coligação do governo de Berlim, que propõem a Espanha e a Itália que levem a cabo um planoo de privatizações, ou vendam parte das suas reservas de ouro para baixar a dívida, avança hoje o “Financial Times Deutschland”.
Por sua vez, Frank Schäffler, do FDP, considerou “necessário” que os estados endividados vendam parte do seu ouro, e depositem parte das suas reservas no Banco Central Europeu, como garantia.
O deputado defendeu ainda que os países periféricos do Euro com problemas financeiros deveriam utilizar os seus próprios activos para pagar as dívidas, antes de recorrer à ajuda de outros países.
Em Maio deste ano, o partido de Merkel já tinha sugerido que Portugal vendesse as suas reservas de ouro, antes de recorrer a um pacote de ajuda internacional.
No entanto, há um acordo entre os bancos centrais da Zona Euro, desde Setembro de 1999, que define que “as vendas de ouro serão realizadas através de um programa concertado de vendas ao longo de cinco anos. As vendas anuais não poderão exceder cerca de 400 toneladas e as vendas totais ao longo deste período não poderão exceder as 2.000 toneladas”, de acordo com uma explicação do Banco de Portugal.
Além disso, mesmo que venda reservas de ouro, o valor que se conseguirá com essa operação fica nos cofres do Banco de Portugal, não sendo possível serem transferidos para a redução da dívida pública.
A única forma de o Estado receber dinheiro proveniente das reservas de ouro é através da distribuição de dividendos por parte do Banco de Portugal, o que ocorre com regularidade.