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EDP poderá ser o título mais penalizado pela vitória socialista
A Energias de Portugal (EDP) poderá ser o título da bolsa mais penalizado pela recente vitória do Partido Socialista. Numa análise «swot» feita pela Golden Broker, a casa diz que o sector dos «media» representa, neste contexto, uma oportunidade interessan
A Energias de Portugal (EDP) poderá ser o título da bolsa mais penalizado pela recente vitória do Partido Socialista. Numa análise «swot» feita pela Golden Broker, a casa diz que o sector dos «media» representa, neste contexto, uma oportunidade interessante.
A vitória do Partido Socialista com maioria absoluta, segundo a Golden Broker, tem um impacto «quer ao nível geral do mercado, quer ao nível de alguns títulos específicos».
O novo Primeiro-Ministro, José Sócrates, «apenas fez referências vagas sobre as reformas do sector energético e a necessidade de mais concorrência, mas esta ideia afecta directamente a estratégia e o mercado da EDP, penalizando a evolução da cotação».
Já o sector dos «media», «representa uma oportunidade interessante, pois aproximam-se grandes alterações no sector, designadamente ao nível da posição da Lusomundo Media», cuja alienação pela PT Multimédia se processou recentemente.
A análise «swot» é um estudo de avaliação do posicionamento de uma empresa face à sua envolvente interna e externa.
A primeira componente é analisada com base nos seus pontos fortes («strengths») e fracos («weaknesses»), e a segunda componente analisada com base nas oportunidades («opportunities») e ameaças («threats») do mercado onde actua.
Factores externos esbatem impacto da alteração de Governo
A nível macroeconómico, a corretora diz que o «mau» desempenho da economia portuguesa durante os últimos anos tem causas endógenas e exógenas.
As exógenas prendem-se «com a pouca dinâmica da procura interna europeia, especialmente da Alemanha (o nosso maior mercado de exportação), a subida do crude e às hesitações relativamente ao pacto de estabilidade e crescimento».
Estes factores, segundo a Golden, «esbatem qualquer impacto positivo ou negativo resultante da recente alteração do Governo».
Consolidação não é compatível com aumento das despesas sociais
A casa de investimento opina que «o esforço de consolidação de contas públicas é dificilmente compatível com o aumento das despesas sociais e com a criação generosa de emprego que, não sendo garantido pela iniciativa privada, só terá acolhimento no Estado».
No entanto, a vitória com maioria absoluta e «sem promessas significativas» dá ao futuro Governo «ampla margem de manobra para desenvolver as políticas necessárias ao nível da consolidação das contas públicas e reforma da administração pública».