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EUA vão “reduzir a força de trabalho e instalações na base das Lajes em 2015”
O embaixador norte-americano em Lisboa revelou esta quinta-feira que os Estados Unidos vão reduzir “a força de trabalho e instalações na Base Aérea das Lajes em 2015”.
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Os Estados Unidos da América (EUA) vão reduzir a sua presença na Base das Lajes, nos Açores, já este ano. O embaixador norte-americano em Lisboa, Robert Sherman, revelou esta quinta-feira, 8 de Janeiro, que os Estados Unidos vão "reduzir a força de trabalho e instalações na Base Aérea das Lajes em 2015". As mudanças ao nível dos aparelhos aéreos e a "frequência e o volume de voos a necessitar das condições oferecidas pela Base Aérea das Lajes" estão entre os motivos para esta decisão.
"Pela avaliação que fazemos das necessidades operacionais das Lajes, a presença actual de um destacamento aéreo vai para além do necessário para assistência às aeronaves em trânsito, devendo os recursos estar em linha com as necessidades operacionais noutros locais para maximizar a eficácia da região. Mesmo assim, o Departamento de Defesa, além de manter uma presença nas Lajes, vai continuar a apoiar as operações das Lajes ao serviço da aviação civil e dos nossos parceiros da Força Aérea Portuguesa, tais como operações de controlo de tráfego aéreo e outras", afirmou em comunicado enviado às redacções.
De acordo com a agência Lusa, ao longo deste ano de 2015, os EUA vão proceder a uma redução do número de trabalhadores portugueses nesta base açoriana, passando de 900 para 400 funcionários. Já em relação ao número de norte-americanos – civis e militares - nas Lajes, a Lusa assinala que vai verificar-se uma redução de cerca de 650 pessoas para 165 pessoas.
O embaixador, no comunicado, sublinha que dado que estas alterações vão "produzir um efeito económico imediato, estamos a trabalhar empenhadamente no sentido de minorar esse impacto tanto nos trabalhadores civis como nos locais".
"A embaixada americana já desenvolveu vários programas, em parceria com entidades locais dos Açores, que possam significar um aumento de oportunidades económicas para a população local. O Governo americano também está a considerar o pagamento de uma generosa indemnização aos funcionários portugueses das Lajes afectados por esta decisão", acrescenta.
Governo Regional dos Açores
Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, considera que esta decisão é "uma monumental bofetada na cara do Estado português".
"A imagem que me ocorre é a de uma monumental bofetada na cara do Estado português. Por todo o esforço diplomático que foi colocado neste processo, por todo o empenho que aos mais variados níveis do Estado português foi colocado neste assunto, por tudo aquilo que foi feito, pela contínua disponibilidade manifestada ainda há dois dias pelo senhor ministro dos Negócios Estrangeiros para trabalhar com os Estados Unidos quanto a um bom desfecho sobre este assunto", disse Vasco Cordeiro, citado pela agência Lusa.
O governante assinalou ainda que vai pedir reuniões de urgência com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelhoe e com o Presidente da República, Cavaco Silva.
Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e Similares, Comercio, Escritórios e Serviços dos Açores (SABCES)
Em declarações à agência Lusa, Vítor Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e Similares, Comercio, Escritórios e Serviços dos Açores (SABCES), defendeu que o Estado português não se soube impor na negociação com os Estados Unidos sobre a Base das Lajes."O que nos preocupa, tratando-se de uma negociação, é a fragilidade do Estado português", salientou.
Ainda segundo esta agência, o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, concelho onde está situada a Base das Lajes, remeteu declarações para mais tarde, dado que ainda não teve conhecimento oficial do que foi transmitido pelos Estados Unidos ao ministro da Defesa português.
O presidente da Comissão Representativa dos Trabalhadores portugueses na Base das Lajes recusou prestar declarações até reunir toda a informação sobre esta matéria, escreve a mesma fonte.