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Fim do incentivo fiscal motiva corrida ao abate de automóveis
O número de automóveis mais velhos entregues para abate deverá atingir um recorde em Dezembro.
Lusa
19 de Dezembro de 2010 às 20:31
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Até final de Novembro a Valorcar, entidade responsável pela organização de uma rede de 70 centros de abate de veículos em final de vida, tinha recolhido 67 500 automóveis, um comportamento na mesma linha daquele registado em igual período de 2009. Novembro foi o melhor mês do ano, com 9350 veículos recebidos.
O programa do incentivo fiscal à destruição de automóveis ligeiros em fim de vida foi criado em 2000 e possibilita uma redução do Imposto sobre Veículos (ISV) na compra de um veículo novo cujo nível de dióxido de carbono não ultrapasse os 130 gramas por quilómetro e se for entregue um carro com determinados requisitos, como ter mais de 10 anos.
Os números provisórios "apontam para que venhamos a ter o melhor mês de sempre em Dezembro. Temos vindo a assistir a uma grande afluência aos centros de abate de pessoas que querem beneficiar do programa", avançou Ricardo Furtado.
Já o próximo ano deverá trazer uma nova realidade, pois, com o final do programa de incentivo ao abate, é esperada "uma quebra substancial no número de veículos em fim de vida entregues", como reconhece o responsável.
O programa tem representado cerca de 30% do total de veículos entregues para abate, acrescentou.
No centro de abate é entregue o carro antigo, mas também são enviados documentos para o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) para que seja possível o cancelamento da matrícula e do registo.
No entanto, não é só na parte administrativa que há alguma vantagem em deixar o carro velho nos centros de abate. O ambiente também é beneficiado.
Ricardo Furtado explicou que o carro entregue é desmantelado nos seus vários componentes, como pneus, vidros, para-choques, catalizadores, óleos ou baterias e enviados para empresas de reciclagem. Pelo menos 85 por cento do veículo (em peso) é valorizado.
"Do ponto de vista do tratamento dos vários materiais e da reciclagem, Portugal é perfeitamente auto-suficiente", garantiu o director-geral da Valorcar, embora refira uma "pequena parte" exportada, mas por razões comerciais.