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Merkel: Alterações para acolher propostas do Reino Unido só podem ser feitas no futuro
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou na madrugada desta quinta-feira que as alterações exigidas pelo Reino Unido no que respeita à imigração dos cidadãos não comunitários só poderão ser feitas no futuro, embora tenha de haver um compromisso agora.
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"O quarto pilar erguido pelo Reino Unido (...) provavelmente não se pode alterar na legislação secundária, pelo que terá de ser alterado nos tratados, mas não agora, na próxima alteração de tratados", disse Angela Merkel em conferência de imprensa esta noite, ao fim do primeiro de dois dias de cimeira europeia.
No contexto do referendo sobre a sua permanência, ou não, na União Europeia (UE), o Reino Unido exige reformas em quatro áreas: mercado único, imigração dos cidadãos comunitários, competitividade e integração europeia.
Entre as propostas está a permanência, trabalho e pagamento de impostos no país, durante quatro anos, antes que cidadãos de outros países da UE possam obter vários benefícios ou uma habitação social.
A chanceler alemã considerou que, caso tenha de haver alterações futuras nos tratados devido à questão britânica, tem que se "decidir agora", para que os líderes da UE possam defendê-lo nos parlamentos de casa país.
O primeiro-ministro português, António Costa, classificou como "absolutamente inaceitável" a discriminação de trabalhadores de outros países da UE, tendo o chefe do executivo belga, Charles Michel, considerado como "interessantes" algumas propostas, nomeadamente se servirem para acabar com o "dumping social".
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, indicou o apoio a três das propostas do Reino Unido, ressalvando que a "quarta é a mais complicada", ou seja a referente aos benefícios sociais.
"A liberdade de movimento é um valor central da UE e não podemos aceitar a discriminação dos nossos cidadãos", acrescentou a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaité, enquanto o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, argumentou não ser o momento de saídas: "este é o momento de maior cooperação".
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já apontou Fevereiro como a data para chegar a acordo com Londres.