Passos Coelho almoçou com Krugman em Lisboa

Primeiro-ministro e Vítor Gaspar almoçaram com Paul Krugman dias antes de o Nobel da Economia receber os doutoramentos "honoris causa" . Economista acabou a defender o primeiro-ministro e a desiludir a esquerda.

Bruno Simões brunosimoes@negocios.pt 02 de Março de 2012 às 08:58

O encontro entre Krugman, Gaspar e Passos Coelho teve lugar há precisamente uma semana, três dias antes de o economista ser distinguido por três universidades portuguesas, avança o “Sol” na edição de hoje. O almoço decorreu em São Bento e, segundo o semanário, a intenção do Governo deu resultado: na segunda-feira, Paul Krugman acabou por admitir que “não faria as coisas de forma muito diferente daquilo que está a ser feito em Porugal”.

Vítor Gaspar ainda se encontrou com Krugman para almoçar na segunda-feira, desta vez com a presença de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. Braga de Macedo (na foto, à esquerda), o principal promotor da vinda de Krugman a Portugal e consultor para as exportações do Governo, admitiu ao “Sol” que esses encontros moldaram a opinião do conhecido economista. “[Tem] vontade de aprender o concreto”, explicou.

A verdade é que, conta o semanário, a esquerda que foi ouvir Paul Krugman saiu desiludida. Deputados socialistas como João Galamba ou Pedro Silva Pereira não ficaram satisfeitos quando o cronista do “New York Times” disse que “as pessoas com opções estão em Berlim e Frankfurt”, evidenciando que a Passos Coelho não restava outra alternativa senão a “cura” de austeridade. Francisco Louçã, coordenador do Bloco de Esquerda, também ficou desapontado, preferindo não tecer comentários ao jornal.

Paul Krugman tem criticado, nas suas intervenções, os modelos assentes em austeridade que têm sido aplicados nos países europeus. Porém, nos discursos e entrevistas que deu em Portugal, admitiu que o Governo português não tem alternativa ao ajustamento. “Sem moeda própria não há espaço de manobra”, disse ainda.

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