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"Eurobonds seriam cura para os sintomas, não para a doença"

O economista-chefe do BCE, Juergen Stark, alerta que a introdução de dívida conjunta europeia criaria "falsos incentivos". Essa seria uma medida que "curaria os sintomas, não a doença", defende.

Edgar Caetano edgarcaetano@negocios.pt 19 de Agosto de 2011 às 10:47
Juergen Stark, economista-chefe e membro do Conselho Executivo do BCE, disse em entrevista ao jornal alemão "Handelsblatt" que "as Eurobonds não seriam uma antecâmara para uma união de transferências (união em que os países se poderiam financiar uns aos outros e que está proibida pelo Tratado de Maastricht), seriam já uma união de transferências".

A emissão de dívida conjunta na Europa "está a ser pintada como a solução mágica que emergirá da crise".

"Mas na realidade será uma cura para os sintomas e não para a doença", afirma o responsável, já que "criaria falsos incentivos" para os países mais endividados.

A solução para o problema passa pela redução da despesa por parte dos Estados-membros, diz Stark, defendendo que "é indispensável" a introdução de limites de endividamento para outros países, como já acontece na Alemanha.

Stark, conhecido como um dos membros mais duros do BCE, acrescentou que a duração do programa de compra de títulos de dívida soberana dependerá de até quando se mantiverem as tensões nos mercados. Que, ainda assim, não se comparam ao pós-Lehman, defende Stark.

Numa altura em que vários economistas dizem que o BCE poderá manter as taxas de juro inalteradas até ao final do ano, o responsável alertou que "manter as taxas de juro baixas durante demasiado tempo coloca riscos".
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