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Sindicato alerta para risco de jornalismo voltar a ser "reduto destinado a elites"
O presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ), Alfredo Maia, alertou hoje para a possibilidade de a actividade jornalística sofrer um retrocesso para um "reduto destinado a elites", algo que classifica como um "gravíssimo risco para a democracia".
Lusa
26 de Outubro de 2012 às 12:46
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Alfredo Maia diz, em entrevista à Lusa, acreditar haver "uma enorme inquietação e necessidade de afirmar a unidade dos jornalistas em torno de vários objectivos", desde a "degradação das condições de trabalho" à exigência de "medidas concretas que as empresas e os poderes públicos recuem nesta intenção manifesta de desinvestimento neste sector importante".
O presidente do SJ lembrou que é necessário efectuar uma aposta no domínio da Educação para os Media, através do recurso a jornalistas com experiência, que estejam no desemprego, para que sejam monitores em clubes de leitura e nas escolas, por exemplo.
"Temos proposto igualmente subsídios do Governo às bibliotecas das escolas, das associações recreativas, para aquisição de publicações. A ideia é fomentar o mais precocemente possível a leitura de jornais. Sucede que estas medidas não têm sido atendidas e está na altura de as recolocar em cima da mesa", disse Alfredo Maia.
O dirigente do sindicato referiu que o efeito pretendido de uma eventual greve "é chamar a atenção não só das empresas, mas dos poderes públicos e da opinião pública para a situação a que chegou o sector da comunicação social e para o risco que corre a informação que é um bem público".
"Se há quem pense que é possível uma sociedade democrática desenvolvida, dispensando a mediação profissional dos jornalistas está muito enganado ou então é um grandessíssimo demagogo. E é bom que os cidadãos por um lado, os poderes por outro se compenetrem da necessidade de combater essa tendência", afirmou Alfredo Maia.