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Sócrates denuncia "aventura leviana" de privatizar CGD

Além da oposição à privatização parcial da Caixa Geral de Depósitos, que Passos Coelho sugeriu recentemente, o secretário-geral do PS apontou o mercado de trabalho, a saúde e a educação como pontos diferenciadores face ao projecto do PSD. "Há aqui escolhas decisivas a fazer nas próximas eleições".

António Larguesa alarguesa@negocios.pt 08 de Abril de 2011 às 22:12
No discurso de abertura do Congresso socialista, que decorrerá até domingo em Matosinhos, José Sócrates começou por classificar a proposta do líder do PSD de alienar parte do capital social do banco público como uma “aventura, totalmente leviana”

“Eu já nem falo da venda ao desbarato que obviamente seria privatizar a Caixa num período como este, de desvalorização dos activos. Mas abrir o capital da Caixa aos privados, deixá-la refém de outros interesses financeiros e até de capitais estrangeiros; e fazer de Portugal o único País do mundo que, em plena crise financeira, comete a imprudência de privatizar o banco público”, argumentou Sócrates.

A privatização da Caixa foi mesmo apresentada pelo líder dos socialistas como exemplo do “perigo” do PSD liderado por Passos Coelho vencer as legislativas do próximo dia 5 de Junho: “Diz tudo sobre o perigo de Portugal ser governado por quem não pára para pensar, por quem não se preparou e por quem, para todos os problemas, só sabe repetir o verbo da agenda liberal que lhe ensinaram: privatizar, privatizar, privatizar”.

No discurso inaugural do conclave socialista, muito aplaudido por mais de mil pessoas (entre delegados e público em geral) na sala da Exponor, este sempre presente a crítica ao principal partido da oposição e rival nas legislativas antecipadas. Logo no início do discurso, Sócrates entusiasmou a massa militante socialista ao lembrar os vários líderes do PSD que já enfrentou desde 2004.

“Desde que sou secretário-geral do PS já conheci cinco líderes do PSD:

Santana Lopes, Marques Mendes, Luís Filipe Menezes, Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho. Cinco! E digo-vos uma coisa, não sei se a coisa vai ficar por aqui. Não sei não! Ás vezes penso que talvez fosse melhor o cargo de presidente do PSD passar a ser rotativo – sempre era maneira de todos ficarem contentes e de se acalmar a ânsia de poder que provoca aquela agitação toda”, referiu.

Apelo ao voto útil

No discurso sobrou ainda tempo para uma referência aos partidos à esquerda do PS que, para José Sócrates, podem acabar por dar a vitória nas eleições ao PSD. A este propósito lembrou que a escolha a 5 de Junho vai ser entre um governo liderado pelo PS ou um liderado pelo PSD.

“É por isso que os votos desperdiçados à nossa esquerda são votos que favorecem o caminho da direita para o poder. E francamente, já basta o que basta. O sectarismo, a cegueira contra o PS do PCP e do BE levaram-nos, primeiro, à apresentação de uma moção de censura contra o Governo do PS e depois a aliarem-se à direita para derrubar ao governo e oferecer à direita a oportunidade de conquistar o poder. Mais: para oferecer ao FMI a oportunidade de entrar em Portugal”, finalizou o líder socialista.

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