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Sócrates denuncia "aventura leviana" de privatizar CGD
Além da oposição à privatização parcial da Caixa Geral de Depósitos, que Passos Coelho sugeriu recentemente, o secretário-geral do PS apontou o mercado de trabalho, a saúde e a educação como pontos diferenciadores face ao projecto do PSD. "Há aqui escolhas decisivas a fazer nas próximas eleições".
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“Eu já nem falo da venda ao desbarato que obviamente seria privatizar a Caixa num período como este, de desvalorização dos activos. Mas abrir o capital da Caixa aos privados, deixá-la refém de outros interesses financeiros e até de capitais estrangeiros; e fazer de Portugal o único País do mundo que, em plena crise financeira, comete a imprudência de privatizar o banco público”, argumentou Sócrates.
No discurso inaugural do conclave socialista, muito aplaudido por mais de mil pessoas (entre delegados e público em geral) na sala da Exponor, este sempre presente a crítica ao principal partido da oposição e rival nas legislativas antecipadas. Logo no início do discurso, Sócrates entusiasmou a massa militante socialista ao lembrar os vários líderes do PSD que já enfrentou desde 2004.
“Desde que sou secretário-geral do PS já conheci cinco líderes do PSD:
Santana Lopes, Marques Mendes, Luís Filipe Menezes, Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho. Cinco! E digo-vos uma coisa, não sei se a coisa vai ficar por aqui. Não sei não! Ás vezes penso que talvez fosse melhor o cargo de presidente do PSD passar a ser rotativo – sempre era maneira de todos ficarem contentes e de se acalmar a ânsia de poder que provoca aquela agitação toda”, referiu.
Apelo ao voto útil
No discurso sobrou ainda tempo para uma referência aos partidos à esquerda do PS que, para José Sócrates, podem acabar por dar a vitória nas eleições ao PSD. A este propósito lembrou que a escolha a 5 de Junho vai ser entre um governo liderado pelo PS ou um liderado pelo PSD.
“É por isso que os votos desperdiçados à nossa esquerda são votos que favorecem o caminho da direita para o poder. E francamente, já basta o que basta. O sectarismo, a cegueira contra o PS do PCP e do BE levaram-nos, primeiro, à apresentação de uma moção de censura contra o Governo do PS e depois a aliarem-se à direita para derrubar ao governo e oferecer à direita a oportunidade de conquistar o poder. Mais: para oferecer ao FMI a oportunidade de entrar em Portugal”, finalizou o líder socialista.