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Trichet: “É essencial que Portugal confirme metas do PEC”
O presidente do BCE juntou-se ao fim da tarde ao coro de vozes que, ao longo do dia, tem vindo a reclamar em Bruxelas um "consenso nacional" em torno das metas do PEC IV, que ditou ontem a queda do Governo.
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O presidente do Banco Central Europeu (BCE) falava à margem da cimeira europeia que decorre em Bruxelas, e que está a ser dominada pela crise política portuguesa, que coloca agora o país mais próximo de um pedido de ajuda externa que todos gostariam de evitar.
De manhã, Angela Merkel esteve reunida com Pedro Passos Coelho, no âmbito da reunião do Partido Popular Europeu (ao qual pertencem o PSD português e CDU alemã); e à tarde encontrou-se também a sós com José Sócrates, numa altura em que Fitch tornava público de baixou o “rating” de Portugal.
A chanceler desdobrou-se em declarações de apoio às decisões “corajosas” do agora primeiro-ministro demissionário e lamentado que o Parlamento português não tivesse dado seguimento às medidas “correctas” contidas no PEC IV.
Perante a crise política instalada em Portugal, a chanceler alemã insistiu que a prioridade agora é enviar mensagens muito firmes de que, independentemente de quem venha a liderar o próximo Governo, as metas prometidas de redução do défice serão mantidas, de modo a tentar sossegar os mercados e evitar uma intervenção externa – dada como cada vez mais incontornável.
É preciso que “todos os responsáveis nacionais confirmem que Portugal está comprometido com os objectivos desse programa”, disse Merkel, referindo-se às metas de redução do défice para 4,6% neste ano, 3% em 2012 e 2% em 2013, ano em que também a dívida pública terá de ser reduzida, invertendo a trajectória de crescimento dos últimos anos.
Barroso apela a "consenso nacional"
Também o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, avisou que é "indispensável" Portugal esclarecer que há um "consenso nacional" quanto à necessidade de cumprir os objectivos traçados para a redução do défice orçamental e da dívida pública.
"Importante é que, tão depressa quanto possível, Portugal esclareça aquilo que me parece ser indispensável: que há um consenso nacional quanto à necessidade de cumprir os objectivos com os quais Portugal já se comprometeu". "Se isso não for feito, com certeza haverá consequências bastante negativas", advertiu o antigo primeiro-ministro e líder do PSD.