Notícia
Uma visita friamente calculada
É certo que poderá surgir uma ou outra pergunta incómoda de um jornalista, ou um comentário de algum político, sobretudo se o assunto for a transparência na gestão dos recursos financeiros obtidos com as exportações de petróleo, ou sobre os investimentos de seus familiares directos na economia lusa.
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Mas num momento de crise económica mundial e com Portugal a sofrer os efeitos dela, Angola, que também sente o mesmo, é apontada em Lisboa como um dos mercados mais atractivos para as empresas portuguesas e também como uma solução para aliviar o desemprego de milhares de portugueses.
Quando há alguns anos o ex-presidente, Jorge Sampaio, numa visita a Luanda, disse que tinha chegado o momento da cooperação luso-angolana não ser vista apenas no âmbito das trocas comerciais, ou do investimento de empresas portuguesas em Angola, mas também como uma porta aberta à entrada de capital angolano em Portugal, poucos terão dado atenção a esta frase do seu discurso num banquete que lhe foi então oferecido por José Eduardo dos Santos.
Daí os temores que se registaram quando a Sonangol desatou a fazer compras em Portugal, elegendo a banca e a energia como alvos prioritários, sem descurar outras áreas. Aliás, Manuel Vicente, o presidente da petrolífera angolana, que não deve passar um mês sem aterrar em Lisboa, disse há duas semanas, em mais um aniversário da sua empresa, que os investimentos em terras lusas vão continuar e o imobiliário será o próximo sector a ser abordado em força.
