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Cavaco Silva diz que "2009 será muito difícil"
O Presidente da República centrou a sua mensagem de Ano Novo na crise económica internacional e que vai afectar Portugal. Cavaco Silva admite que 2009 "vai ser um ano muito difícil" mas afirma que o caminho para sair da estagnação económica é estreito, mas existe .
Negócios com Lusa
02 de Janeiro de 2009 às 09:05
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O Presidente avisou o Governo que "a verdade é essencial", considerando que "as ilusões pagam-se caras".
E explica qual é: "O reforço da capacidade competitiva das nossas empresas a nível internacional e o investimento nos sectores vocacionados para a exportação têm de ser uma prioridade estratégica da política nacional".
Sem isso, afirmou, "é pura ilusão imaginar que haverá verdadeiro progresso económico e social, criação duradoura de emprego e melhoria do poder de compra dos salários". Sem isso, concluiu, o país não conseguirá "pôr fim ao crescimento explosivo da dívida externa". "As ilusões pagam-se caras", avisou.
O antigo primeiro-ministro faz outros alertas como a necessidade de "reduzir a ineficiência e a dependência do exterior em matéria de energia" ou de "rigor e eficiência" na utilização dos dinheiros públicos têm de ser utilizados com rigor e eficiência".
Além "de alterar a estrutura da produção nacional", para lhe dar "mais qualidade, inovação e conteúdo tecnológico", o Presidente insiste que os "dinheiros públicos têm de ser utilizados com rigor e eficiência" e faz um alerta quanto aos investimentos públicos, em que o Governo aposta no seu plano anti-crise.
"Há que prestar uma atenção acrescida à relação custo-benefício dos serviços e investimentos públicos", acrescentou.
E lembrou que "os portugueses gostariam de perceber que a agenda da classe política está, de facto, centrada no combate à crise".
Na mensagem, o Presidente nunca aborda directamente as contas nacionais nem o Orçamento do Estado de 2009, mas deixa uma advertência quanto ao risco de o país continuar a endividar-se e dá um conselho.
"Há uma verdade que deve ser dita: Portugal gasta em cada ano muito mais do que aquilo que produz. Não pode continuar, durante muito mais tempo, a endividar-se no estrangeiro ao ritmo dos últimos anos", afirmou.
O Presidente termina a mensagem com uma palavra de esperança e com um apelo a que os portugueses não se resignem.
"Já passámos por outras situações bem difíceis. Não nos resignámos e fomos capazes de vencer. O mesmo vai acontecer agora. Tenho esperança e digo-o com sinceridade", concluiu, afirmando que "o futuro é mais do que o ano que temos pela frente".