Notícia
Juros portugueses a dez anos caem abaixo dos 12% após quatro descidas seguidas
Taxas de juro implícitas sobre a dívida portuguesa caem mais de 20 pontos base na generalidade dos prazos. "Yield" a dois anos segue abaixo dos 10%. Vítor Gaspar contraria Morgan Stanley e traz alívio aos juros.
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A taxa de juro implícita da dívida nacional a dez anos está a cair 24,8 pontos base (0,248 pontos percentuais) no mercado secundário, o que a coloca nos 11,91%. É o quarto dia seguido de deslizes, depois de 12 sessões em que as rendibilidades exigidas pelos investidores (“yield”) não perderam terreno. Desde 4 de Abril que esta taxa não descia da “barreira” dos 12%.
As quedas das taxas de juro implícitas da dívida portuguesa são superiores a 20 pontos base na generalidade dos prazos. A cinco anos, a “yield” das obrigações lusas a cinco anos desce 16,6 pontos base para 13,39%.
Vítor Gaspar traz alívio

O comportamento de alívio dos investidores acontece mesmo depois de o banco de investimento Morgan Stanley ter afirmado que Portugal vai solicitar uma nova assistência financeira externa até Setembro de 2012, depois da ajuda de 78 mil milhões de euros acordada em Abril.
“A actual determinação da Europa para evitar uma nova reestruturação de dívida [como ocorreu na Grécia] pode vir a ser desafiada, se os fundamentais se deteriorarem”, declaram os analistas do banco de investimento norte-americano.
A descida hoje verificada acompanha um desempenho que se registou esta semana mas que não foi sentido nas duas semanas anteriores, período em que os receios com um contágio da crise da dívida a Espanha se intensificaram e exerceram pressão sobre Portugal.
O alívio sobre a dívida lusa acontece depois de Vítor Gaspar ter dado uma entrevista à agência Bloomberg, em que garantiu que o compromisso de Portugal é para regressar aos mercados em Setembro de 2013 mas que, tal como a Europa já admitiu, haverá margem para prolongar o apoio, embora sem serem ainda conhecidas as condições dessa ajuda.
“Vemos isso como um mecanismo de segurança, algo que faz sentido ter. Embora, obviamente, não é por se ter um seguro automóvel que alguém se torna num condutor temerário”, salientou o ministro das Finanças português à Bloomberg.
Na Europa, verifica-se um aumento das “yields” pedidas pelos investidores em Espanha e em Itália, enquanto em França o comportamento é de descida, apesar da incerteza em torno das eleições presidenciais que se realizam este domingo.