Notícia
Draghi diz que renegociar ajuda traria custos mais elevados
Presidente do BCE reconhece que os países sob assistência financeira enfrentam uma situação "difícil" e "dolorosa", mas acredita que o rumo é o correcto.
- 1
- ...
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou hoje, em Bruxelas, que Portugal tem registado progressos, realçando a subida das exportações. "Grécia, Portugal, Irlanda, todos os países em situação de resgate, têm obtido resultados", afirmou Mario Draghi na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas, salientando que os progressos ocorreram num ano "difícil".
Na sua intervenção, o presidente do BCE destacou o aumento das exportações e a redução dos custos laborais unitários verificada em países como Portugal, Espanha, Irlanda e Itália.
"Por exemplo, as exportações de bens e serviços aumentaram 27% em Espanha desde 2009, 14% na Irlanda, 22% em Portugal e 21% em Itália", afirmou, acrescentando que "estes quatro países experimentaram também avanços nos custos laborais unitários".
Neste contexto, defendeu que as reformas são a opção correta, motivo pelo qual os governos devem continuar os esforços na sua aplicação."As reformas estão a ser levadas a cabo e estamos a trilhar pelo caminho certo", declarou Mario Draghi.
Em resposta ao eurodeputado português Diogo Feio (CDS-PP), o presidente do BCE reconheceu que os países sob programa enfrentam uma situação "difícil" e "dolorosa", referindo que a instituição está "ciente" deste facto.
Durante o debate, a eurodeputada socialista Elisa Ferreira confrontou Mario Draghi com as consequências dos programas de resgate, defendendo que, "quando uma economia abranda, é preciso abrandar a dose de austeridade que lhe é imposta". Na resposta, o presidente do BCE voltou a sublinhar os "progressos significativos" registados até ao momento, argumentando que um recuo poria "em causa a credibilidade" dos programas criados e que "qualquer reprogramação traria custos mais elevados".