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Seguro diz que ficou "em estado de choque" quando viu o orçamento
O secretário-geral do PS admite em entrevista ao Expresso que inicialmente queria votar a favor do Orçamento do Estado (OE) para 2012.
Lusa
05 de Novembro de 2011 às 11:48
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“Eu queria votar a favor do OE. Considero que a responsabilidade do PS era votar a favor, pela situação excecional em que vivemos, pelo facto de este ser o primeiro orçamento que decorre do compromisso que o PS negociou com a troika. Mas quando vi a proposta em concreto fiquei em estado de choque e disse não”, justifica António José Seguro.
Sobre a decisão do PS se abster na votação do OE, António José Seguro explica que, se estivesse em causa exclusivamente o Orçamento do Estado, a sua proposta era que o partido votasse contra.
“Mas o que está em causa é a viabilização da continuação de Portugal na zona euro e a garantia de que continuará a receber os 78 mil milhões de euros que pediu e que o próprio PS negociou”, sustenta na entrevista.
António José Seguro diz que distingue o conteúdo do OE do “sinal político que um partido responsável deve dar”: “O sinal político da abstenção é para defender Portugal. Este não é o meu OE, mas Portugal é o meu país e eu não volto as costas a Portugal”, salienta.
Sublinha ainda que esta é “uma situação de emergência”, afirmando que “só quem desconhece a situação” em que Portugal está – dependente de avaliações trimestrais para receber o cheque – “não percebe a importância de haver um grande consenso político.
António José Seguro ressalva que o voto dos socialistas não é necessário para viabilizar o OE, mas afirma que “se não houvesse maioria absoluta”, votaria a favor de qualquer Orçamento do Estado.