O presidente do BCE não considera que tenha um ‘mea culpa’ a fazer em relação à Grécia e questiona a utilidade do polémico artigo do FMI publicado ontem, no qual os técnicos de Washington mencionam vários erros na gestão do primeiro resgate grego, com destaque para o adiamento na reestruturação da dívida pública. O BCE foi um dos mais ferozes defensores da impossibilidade de reestruturar dívida na Europa.

“Uma coisa boa do 'paper' do FMI é que o BCE não é criticado”, começou por ironizar Mario Draghi quando questionado por jornalistas sobre se também fazia um ‘mea culpa’. O presidente do banco central continuou defendendo que mais importante que olhar para o passado é olhar para o futuro e para o trabalho e a evolução que já foi feito na Grécia.

“A Grécia fez um ajustamento extraordinário e temos que reconhecer os avanços” que seriam impensáveis há uns anos, afirmou Draghi. Sobre o "paper", que diz não ter lido, considera que se tiver lições “devem ser consideradas” mas avisa que,”muitas vezes estes ‘mea culpa’” são “exercícios que tentam julgar o que aconteceu ontem com os olhos de hoje”.