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Draghi volta às promessas: “Faremos o que for preciso para fazer crescer a inflação”
O Banco Central Europeu (BCE) fará o que for necessário para garantir que a inflação atinge o mais rápido possível a meta de ficar próxima (mas abaixo) dos 2%, sublinhou Mario Draghi. O euro caiu de imediato.
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"Se acharmos que a actual trajectória das nossas políticas não é suficiente para atingir esse objectivo, faremos o que for preciso para fazer crescer a inflação o mais rápido possível", afirmou Draghi esta sexta-feira, 20 de Novembro, num discurso em Frankfurt, citado pela Bloomberg. "Ao fazermos a nossa avaliação dos riscos para a estabilidade dos preços, não vamos ignorar o facto de a inflação já estar baixa há algum tempo."
Actualmente, a inflação da Zona Euro está nos 0,1%, antecipando-se que poderá regressar a valores negativos, empurrada por uma economia ainda débil e preços do petróleo em níveis muito baixos. Tem havido algum debate sobre se o BCE terá de expandir o seu programa de compra de activos (quantitative easing) de 1,1 biliões de euros ou, eventualmente, aprofundar medidas como a taxa de depósitos negativa.
"Se concluirmos que o equilíbrio de riscos para o nosso objectivo de estabilidade de preços de médio prazo está distorcido em sentido descendente, actuaremos através da utilização de todos os instrumentos disponíveis dentro do nosso mandato", acrescentou o presidente do BCE. "Em concreto, consideramos que o programa de compra de activos é um instrumento poderoso e flexível, uma vez que pode ser ajustado em termos de dimensão, composição e duração para atingir uma posição política mais expansionista."
Draghi também se referiu ao potencial de uma nova mexida nas taxas de depósitos, uma solução que poderá dinamizar a transmissão da compra de activos e a velocidade de circulação das reservas bancárias.
"Uma inflação subjacente [sem bons energéticos e alimentares] fraca não algo em relação ao qual possamos estar descansados, uma vez que no passado tem sido um bom mecanismo de previsão para onde a inflação deverá estabilizar no médio prazo", explicou. "Embora os bens industriais devam ser apoiados pela depreciação do euro, um aumento da inflação dos serviços – hoje em mínimos históricos – dependerá de um crescimento nominal dos salários. Para que isso recupere, a economia tem de regressar à sua plena capacidade o mais rápido possível."