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Passos criticou dinheiro gasto em obras inúteis nos "tempos de vacas gordas"
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, criticou este sábado o dinheiro gasto, "em tempos de vacas gordas", em obras de fraca ou quase nula utilidade, deixando para trás investimentos que "entrava pelos olhos dentro" que seriam mais importantes.
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"Não percebemos como é que, em tempos de vacas gordas, foi gasto tanto dinheiro [em obras de fraca ou quase nenhuma utilidade", referiu.
Passos Coelho falava em Vila Nova de Famalicão depois de o presidente da Estradas de Portugal ter apresentado uma alternativa para resolver o estrangulamento rodoviário na EN14, que serve também os concelhos da Trofa e da Maia.
A solução inicial, trabalhada pelo anterior Governo, apontava para uma variante, com perfil de auto-estrada, que custaria 190 milhões de euros.
Hoje, foi apresentada uma nova solução, que ficará por 36 milhões de euros.
"É uma solução que vai funcionar. É uma solução económica mas eficiente", afirmou Passos Coelho, lamentando que aquela nova acessibilidade não tivesse sido feita quando os fundos comunitários privilegiavam as infraestruturas rodoviárias e "quando entrava pelos olhos dentro" que se tratava de uma ligação com retorno económico.
A EN14 é a via de acesso às zonas industriais de Famalicão, Trofa e Maia, onde estão instaladas empresas com forte vocação exportadora, entre as quais a Continental Mabor, hoje visitada por Passos Coelho.
A estrada é atravessada diariamente por cerca de 30 mil veículos, nomeadamente pesados, com constantes estrangulamentos, pelo que os responsáveis políticos e empresários daqueles municípios reivindicavam há muito uma alternativa ao trânsito.
"Hoje, assistimos à concretização de uma ambição, que durante muitos anos foi um sonho, uma quimera", disse o presidente da Câmara de Famalicão.
Paulo Cunha sublinhou que se trata de uma solução "sóbria mas adequada à realidade", que "não compromete o futuro de Portugal nem endivida as próximas gerações".
A nova acessibilidade, uma solução que em alguns troços passará pela duplicação e requalificação da EN14, pela construção de uma via paralela noutros, por rotundas e vias de lentos e por uma nova ponte sobre o rio Ave, deverá começar a ser construída no terceiro trimestre de 2015.