O partido socialista espanhol, liderado por Pedro Sánchez, apresentou-se na sessão de investidura do início do mês com um acordo parlamentar com o Cidadãos, juntando assim os 40 deputados do partido de centro-direita aos seus 90 assentos.
O acordo levou a que as formações de esquerda - o Podemos de Pablo Iglesias e os comunistas da Izquierda Unida - abandonassem a mesa de negociações com os socialistas. O Podemos propôs ao PSOE um governo de coligação juntamente com a Izquierda Unida, mas rejeita que o Cidadãos esteja envolvido no acordo.
Sánchez perdeu as duas votações para presidente no Congresso dos Deputados, com voto contra do Podemos e da Izquierda Unida.
O PSOE manteve entretanto a exigência de que o Cidadãos deveria estar, lado a lado, nas negociações. Hoje - depois de dias de impasse e sem contactos entre as forças políticas - essa exigência caiu, com os socialistas a aceitarem reuniões bilaterais com os partidos de esquerda.
Ao longo do dia, as equipas do PSOE reuniram-se com o Compromís - a formação do Podemos para a Comunidade Valenciana (4 deputados). Por outro lado, Pedro Sánchez falou hoje, pela primeira vez em vários dias (nomeadamente, desde a investidura falhada), com Pablo Iglesias, ainda que apenas pelo telefone.
Ambos concordaram em reunir-se a dois, ainda antes da Semana Santa (20 a 28 de Março). Paralelamente, as equipas do PSOE e da Izquierda Unida vão sentar-se à mesa na quinta-feira, também sem representantes do partido de Albert Rivera (Ciudadanos), que foi "informado" das novas movimentações.
Em conjunto, PSOE, Podemos (e as suas formações regionais) e Izquierda Unida podem chegar aos 161 deputados, o que lhe daria para passar numa segunda votação de investidura caso o Cidadãos não se junte ao "Não" do PP, partido que ganhou as eleições de 20 de Dezembro, ainda que sem maioria absoluta.
Quanto ao PP de Mariano Rajoy continua a rejeitar sentar-se à mesa com PSOE e Cidadãos em conjunto, insistindo que ganhou as eleições e que apenas aceita reuniões isoladas para que os outros partidos viabilizem um governo liderado pelos "populares".
O PSOE preferiu negociar com o Cidadãos face às exigências do Podemos para formar Governo: Pablo Iglesias propôs ocupar a vice-presidência e pediu cinco ministérios para o seu partido (Administração Interna, Defesa, Negócios Estrangeiros, Economia e Justiça), bem como uma outra pasta para a Izquierda Unida. Na prática, o PSOE poderia ficar em minoria no executivo.
Os partidos espanhóis têm até ao dia 2 de Maio para elegerem no parlamento um presidente do Governo, caso contrário o parlamento é dissolvido a 3 de Maio e a 26 de Junho há novas eleições gerais.
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