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HSBC pode precisar de 190 mil milhões para cumprir exigências dos reguladores, diz BNP Paribas
O banco HSBC pode precisar de 190 mil milhões de dólares para satisfazer as exigências dos reguladores de capacidade de absorção de perdas, diz o banco de investimento Exane BNP Paribas, citado pela Blooomberg.
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O banco de investimento Exane BNP Paribas emitiu uma nota de análise sobre o banco HSBS esta quarta-feira. Os analistas do BNP Paribas, citados pela Bloomberg, estimam que o banco pode necessitar de 190 mil milhões de dólares (167 mil milhões de euros) para cumprir os rácios de solvibilidade exigidos pelos reguladores.
O Comité de Estabilidade Financeira, regulador do Reino Unido liderado pelo Governador do Banco de Inglaterra, pretende que os maiores bancos mantenham garantias de absorção de perdas equivalentes a um quinto dos seus activos considerados de risco. A proposta de "capacidade de absorção total de perdas" do regulador aplica-se a um conjunto de 30 grandes empresas, incluíndo o HSBC.
Segundo contas do banco de investimento, o HSBC necessita de mais 21 mil milhões de dólares para cumprir o rácio de capital core tier one – nível mínimo de capital que as instituições devem ter, segundo o regulador, em função da comparação do peso dos activos face aos riscos. Para cumprir o rácio de capital tier 2 – capital suplementar, que inclui outro tipo de reservas – o Exane estima que seriam necessários 19 mil milhões de dólares. O HSBC necessita ainda de 150 mil milhões de dólares extra de dívida que possa ser convertido em acções se o banco falir, dizem os analistas da Exane citados pela Bloomberg.
O cumprimento dos requisitos de solvibilidade propostos pode reduzir em 2 a 3 mil milhões os lucros do HSBC, com implicações clara nos dividendos, estima o Exane, que avaliou o banco com recomendação de "underperform" (que significa vender).
Após a divulgação da nota de análise do Exane BNP Paribas, as acções do HSBC estão a cair 1,08% para os 575,30 pence.
O HSBC tem estado debaixo dos holofotes desde que o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) divulgou documentos confidenciais do ramo suíço do banco britânico que revelam esquemas de evasão fiscal, numa investigação conhecida como "Swissleaks".
O banco apresentou na segunda-feira, dia 23, os resultados relativos a 2014, revelando uma queda dos lucros superior ao previsto. No comunicado de apresentação de resultados, o banco sublinha que o rácio common equity tier 1 ficou em 10,9% em 2014, acima dos 10,8% atingidos no ano anterior.