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Parlamento Europeu pede a Bruxelas que suspenda vantagens comerciais à Argentina
A Argentina beneficia de vantagens comerciais nas suas importações para a Europa. Os eurodeputados pedem a Bruxelas que admita a suspensão parcial desses benefícios
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O "El Mundo" acrescenta que cerca de 27% do total das exportações da Argentina para a União Europeia, equivalente a 2,4 mil milhões de euros, beneficiam de vantagens comerciais, nomeadamente em produtos como o biodiesel, óleo de soja, óleo de girassol, camarões e filetes de pescada congelados, sumo de limão, tabaco e uva de mesa.
De resto, os eurodeputados convidam Bruxelas a diligenciar junto das autoridades argentinas a defesa dos interesses comunitários, que "garanta a presença e o investimento europeu", mas sugere a "via do diálogo". Para isso, "exorta o comissário Karel de Gucht e a alta representante Catherine Ashton a usar todas as vias diplomáticas disponíveis para resolver esta situação com os seus homólogos argentinos e convida a comissão e os Estados-membros a trabalhar em estreita cooperação com os seus colegas nas instâncias internacionais, como o G20 e a OMC, com vista a obter uma posição consensual contra as acções do Governo argentino".
Na resolução hoje aprovada adverte-se, ainda, que decisões como a que a Argentina tomou – expropriar parte de uma participação da Repsol na petrolífera argentina – podem dificultar as negociações para um acordo de parceria entre a União Europeia e o Mercosul. "Decisões como a que foi tomada pelas autoridades argentinas não favorecem o clima de cordialidade e entendimento necessários para a conclusão do referido acordo", diz ainda a resolução.
A maioria dos eurodeputados condenaram a decisão da Argentina em relação à Repsol, considerando a decisão "injusta e arbitrária", que "constitui um ataque ao exercídio da livre empresa e ao princípio da segurança jurídica, que implica deste modo uma deterioração do ambiente para o investimento das empresas da União Europeia na Argentina". Para os eurodeputados a decisão da Argentina pode, mesmo, ser considerada discriminatória. Este ponto pode ser relevante para a verificação da legalidade da expropriação, já que o acordo entre Espanha e a Argentina prevê-se que possa haver nacionalização ou expropriação, desde que não seja discriminatória.