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Catroga: Quem beneficiou de contratos assinados com EDP foi o Estado

O "chairman" da EDP, Eduardo Catroga, disse hoje que o Estado arrecadou 13,3 mil milhões com a venda da eléctrica e que quaisquer contratos com eventuais elevadas margens de lucros só beneficiaram a entidade estatal.

Lusa 19 de Abril de 2012 às 21:36
O "chairman" da EDP, Eduardo Catroga, disse hoje que o Estado arrecadou 13,3 mil milhões com a venda da eléctrica e que quaisquer contratos com eventuais elevadas margens de lucros só beneficiaram a entidade estatal.

Durante uma conferência na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que terminou com uma troca de palavras intensa entre Catroga e o antigo ministro das Finanças Medina Carreira sobre a questão das rendas excessivas, o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP disse que, quando Portugal "começou a vender a empresa, vendeu a empresa e vendeu o valor económico desses contratos".

"O Estado neste momento já arrecadou uma receita da EDP, 13,3 mil milhões de euros por vender a EDP, [ou seja] 1,7 vezes o valor de bolsa actual. Portanto, se alguns destes contratos, mesmo por absurdo, tivessem alguma margem de lucro excessiva, quem beneficiou foi o Estado. Não é um problema nem da empresa, nem dos seus accionistas", declarou Catroga, lembrando os compromissos assinados com os accionistas, pequenos ou grandes, no momento da venda.

Porém, Medina Carreira foi claro na resposta: "Acho que de gente séria era dizer aos chineses 'tinha que se mexer nisto, vamos rever o preço'. Isto é que é de gente séria. Impingem aquilo e não dizem aos chineses e vêm a correr com a credibilidade externa. Isto é uma burla".

Catroga reconheceu não saber quem negociou com a China Three Gorges, que adquiriu recentemente 21,35 por cento da EDP, mas lembrou que o problema na questão contratual seria com todos os accionistas e não só com os chineses, uma vez que o Estado "vendeu o valor económico desses contratos".

"Não pode defender a espoliação de quem já pagou", rematou o "chairman" da empresa, para ouvir em resposta Medina Carreira protestar: "Assim somos nós os espoliados".

O Governo comprometeu-se com a 'troika' a aliviar custos de forma a que as tarifas de electricidade aos consumidores não tenham uma subida exponencial no futuro.

Neste sentido, o Executivo está a negociar com os operadores do sistema a possibilidade de revisão das tarifas nas energias renováveis e cogeração, a revisão em baixa dos custos regulados com os Contratos de Aquisição de Energia (CAE) e dos custos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC) e ainda a eliminação do mecanismo de garantia de potência.

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