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Douro Azul promete investir oito milhões na conversão do Atlântida num paquete de luxo

A Douro Azul promete fazer regressar o “ferry” Atlântida aos Estaleiros de Viana para o transformar num navio de cruzeiros, num investimento de oito milhões de euros, revelou o presidente da empresa ao Negócios. Como os gregos falharam o pagamento da embarcação, o Estado português deverá agora optar pela proposta da empresa de Mário Ferreira.

Correio da Manhã
Rui Neves ruineves@negocios.pt 30 de Julho de 2014 às 17:37

Levar o "ferryboat" Atlântida para os Estaleiros Navais de Viana, agora concessionados ao grupo Martifer, onde seria transformado num navio de cruzeiros – desfeita toda a componente de "ferry" da embarcação, apenas aproveitar-se-ia o casco e os motores, refazendo-se todo o interior do navio com a criação de 70 quartos de luxo. Investimento: seis a oito milhões de euros.

 

Este é, em síntese, o projecto de Mário Ferreira, dono do grupo Douro Azul, para um "elefrante branco" chamado Atlântida, alvo de um concurso onde a empresa portuguesa ficou em segundo lugar.

 

Mas como os gregos da Thesarco, que tinham ganho o concurso com um proposta de 12,8 milhões de euros, deixaram os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) "a ver navios" na hora do pagamento, a administração da empresa estatal em liquidação deverá agora convidar a Douro Azul a firmar a sua proposta de compra no valor de 8,75 milhões de euros – "e não oito milhões, como se tem dito...", insurgiu-se Mário Ferreira.

 

Se o concurso não for anulado e os ENVC avançarem mesmo com o convite, a Douro Azul continua disponível para revalidar a sua proposta? "No passado, se tivesse ganho, já tinha o financiamento garantido. Agora, caso me seja dada esse oportunidade, terei que reavaliar a situação junto do sistema financeiro em Portugal", ressalvou o empresário ao Negócios.

 

O presidente da Mystic Cruises, participada do seu universo empresarial que formalizou a proposta, acabou, contudo, por afirmar que não antevê "que existam problemas de maior" neste matéria, porquanto "a capacidade financeira do grupo é forte", pelo que "serão encontradas formas para esse financiamento", se for "do interesse do Governo" optar "pela proposta oferecida pela Douro Azul".  

 

Cruzeiros na Amazónia, Galápagos ou Mediterrâneo

 

Impedido de navegar no Douro – "só se arrancasse a ponte D. Luís", ironizou Mário Ferreira -, pois só poderia navegar até esta mítica travessia do rio, para onde iria o Atlântida?

 

Caso venha mesmo a comprar o navio, o presidente da Douro Azul definiu  três destinos possíveis: "Zona de Malta, no Mediterrâneo, para as ilhas Galápagos ou para a Amazónia."

 

A ideia de Ferreira é que o navio entre em obra ainda em 2014 e fique operacional dentro de um ano. Ironia da história, segundo o mesmo empresário: "Se conseguir o esforço financeiro necessário, não só para a aquisição como para a sua transformação, eu iria arrancar todas as partes de ‘ferry’ do navio e convertê-lo num paquete de luxo, transformando o actual patinho feio num belo cisne. E o irónico é que isto seria feito em Viana!"

 

Mais de 70 milhões de prejuízos

 

Desde que ganhou a corrida à compra do Atlântida, há quase um mês, por um valor de 12,8 milhões de euros, que a Thesarco Shipping nunca mais deu sinal de vida.

 

Na passada quarta-feira, em carta enviada à empresa grega, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) lançaram um ultimato: a Thesarco tinha até às 15 horas desta quarta-feira para efectivar o pagamento.

 

Esgotado o prazo, e confirmada o incumprimento da Thesarco, "o programa de procedimento prevê a possibilidade de adjudicação ao segundo classificado", a Mystic Cruises, do grupo Douro Azul, do empresário Mário Ferreira, por um valor de oito milhões de euros.

Lançado a 11 de Março, o concurso registou ainda uma terceira proposta, assinada pelo consórcio MD Roelofs Beheer e Chevalier Floatels, de quatro milhões de euros. 


Concluído em 2009, o "ferryboat" Atlântida, encomendado e rejeitado pelos Açores, deveria ter rendido 50 milhões de euros. Encostado no Alfeite à espera de comprador, foi avaliado em 29 milhões no relatório e contas de 2012 dos ENVC, cuja administração calcula que, até ao momento, o negócio do Atlântida representa prejuízos superiores a 70 milhões de euros.

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