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Manuela Ferreira Leite acusa Sócrates de "pôr em xeque Banco de Portugal "
A ex-ministra da Finanças Manuela Ferreira Leite acusou segunda-feira o primeiro-ministro, José Sócrates, de comprometer a imagem do Banco de Portugal ao anunciar restrições fiscais à banca durante a discussão do Orçamento de Estado (OE'2007) no parlament
A ex-ministra da Finanças Manuela Ferreira Leite acusou segunda-feira o primeiro-ministro, José Sócrates, de comprometer a imagem do Banco de Portugal ao anunciar restrições fiscais à banca durante a discussão do Orçamento de Estado (OE"2007) no parlamento.
Num comentário na Rádio Renascença, Manuela Ferreira Leite considerou que o primeiro-ministro pôs "em xeque o Banco de Portugal" pela forma "populista" como anunciou restrições fiscais ao sector da banca.
Na sessão de abertura do debate na generalidade do orçamento de Estado para 2007, o primeiro-ministro José Sócrates anunciou novas medidas fiscais que vão afectar o sector bancário bem como outras empresas.
O governo vai obrigar os bancos a informarem o Fisco de esquemas ou operações de planeamento fiscal, seus ou dos seus clientes, e tornar obrigatória um a inspecção tributária a empresas que declarem prejuízos fiscais maiores do que um milhão de euros.
Por outro lado, o governo pretende legislar no sentido de uniformizar o arredondamento à milésima nas taxas dos créditos à habitação.
Com estas medidas o governo pretende obter um controlo maior destas operações com prejuízos, procurando reduzir a fraude fiscal e aumentar a taxa efectiva de tributação das empresas e da banca em particular.
Para a ex-ministra das Finanças, José Sócrates "lançou a dúvida de que existem ilegalidades", comparando a "banca aos que fogem ao fisco", sendo que "em bom rigor, a legislação em vigor é controlada pelo Banco de Portugal".
"O lucro não é crime", defendeu Ferreira Leite, adiantando que o chefe do Governo "deveria ter anunciado as alterações no próprio OE"2007 sem "ser aos gritos e aos berros a dizer que os ricos terão que pagar a crise".