A (falta de) chuva prejudicou os primeiros três meses do ano para a EDP. Esta é a principal justificação para a queda de 15% da produção de electricidade por parte da EDP em Portugal e em Espanha.
No mercado ibérico, "a produção total diminuiu 15% no primeiro trimestre de 2017 face ao primeiro trimestre de 2016, reflexo da diminuição dos recursos hídricos". Segundo os dados previsionais enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a produção total foi de 9.079 gigawatts/hora quando, um ano antes, se situava acima de 10.632 gigawatts/hora.
Observando a origem, a produção hídrica da empresa comandada por António Mexia (na foto) cedeu 56%. Se entre Janeiro e Março de 2016, esta era a área mais relevante para a eléctrica, representando mais de metade da produção, um ano depois fica atrás do carvão e nem chega a corresponder a um terço da electricidade total produzida.
Para justificar este ponto, a companhia - que vai aumentar o dividendo pago aos accionistas pela primeira vez desde 2012 - explica que os volumes hídricos ficaram, em Portugal, 36% abaixo da média nos primeiros três meses de 2017. No período homólogo, tais volumes estavam 45% acima da média.
A evolução negativa da produção hídrica ocorre apesar de a capacidade instalada ter subido. Contudo, o factor de utilização da capacidade foi de 20%, abaixo dos 47% verificados um ano antes.
Ainda na produção eléctrica, a maior subida foi registada no ramo de central de ciclo combinado a gás natural (CCGT), com uma mais que triplicação dos valores alcançados um ano antes. O carvão também melhorou (30%), tal como o nuclear, ainda que este último muito ligeiramente (0,1%). O ramo de mini-hídricas, cogeração e resíduos, menos representativo, perdeu 50% da produção.
Como a produção eólica aumentou 2%, conforme anunciou a EDP Renováveis, a produção total incluindo todos os mercados resvalou 9% em termos homólogos.
Com a queda da chuva a ofuscar as novas centrais que funcionam com a força dos ventos, as energias verdes perderam peso nos primeiros três meses: "a produção hídrica e eólica representou 63% da produção total no primeiro trimestre face a 76% no primeiro trimestre de 2016".
Comercialização recua mas clientes aumentam
No que diz respeito à comercialização de energia no mercado ibérico, os volumes recuaram 5% na electricidade e 19% no gás, ainda que o número de clientes finais tenha aumentado nos dois campos. A diminuição é explicada, pela eléctrica liderada por Mexia (cujo ordenado poderá ascender a 2,6 milhões este ano), pela "queda de 15% dos volumes em Espanha, especialmente no sector industrial".
Já observando a electricidade distribuída na Península Ibérica, o aumento foi de 0,2%, abaixo do avanço de 14,2% na distribuição de gás.
Estes dados constam dos números previsionais divulgados pela EDP, que antecipam os resultados que serão apresentados a 3 de Maio.
Em bolsa, a eléctrica recuou 1,23% para 3,047 euros, um dia depois da assembleia-geral de accionistas, onde António Mexia defendeu a bondade da sua oferta pública de aquisição pelo capital que não controla na EDP Renováveis.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site do Negócios, efectue o seu registo gratuito.
Marketing Automation certified by E-GOI
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Cofina Media S.A. Consulte a Política de Privacidade Cofina.