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Passos: Governo "não faz pressões nem chantagens" sobre Comunicação Social
O primeiro-ministro afirmou hoje que o governo "não faz chantagens ou pressão sobre a comunicação social" e defendeu que a opinião pública deve ter acesso à informação "sem interferências ilegítimas".
Lusa
21 de Maio de 2012 às 01:57
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"Reafirmo que não é timbre deste governo fazer qualquer tipo de pressão, nem muito menos chantagem sobre membros da comunicação social", afirmou.
"Estou certo de que esse é o quadro em que este governo se move e em que todos os membros deste governo se movem", adiantou.
O conselho de redacção do Público afirmou na sexta-feira que Miguel Relvas, ameaçou queixar-se ao regulador do sector, promover um "blackout" de todos os ministros ao jornal diário e divulgar, na Internet, dados da vida privada de uma jornalista, se fosse publicada uma notícia sobre o caso das secretas.
A notícia, da autoria de Maria José Oliveira, pretendia evidenciar "as incongruências" das declarações do ministro, na terça-feira, no Parlamento, sobre o caso das secretas, mas acabou por não ser publicada.
Numa nota posterior, a direcção do jornal justificou a não publicação alegando não existir "matéria publicável", e garantia ainda que tinha tomado a decisão antes de conhecer as ameaças do ministro.
Mais tarde, o Público noticiou que Miguel Relvas pedira, nesse dia, desculpa ao jornal, depois de a direcção ter feito um protesto por "uma pressão" do governante sobre a jornalista que acompanha o caso das secretas.
O pedido de desculpas noticiado pelo jornal verificou-se no mesmo dia em que o gabinete de Miguel Relvas refutou a denúncia do conselho de redacção do Público.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anunciou que vai iniciar averiguações ao caso no início da próxima semana, revelando que recebeu "uma série de documentos" sobre o caso, enviados "por iniciativa própria" pelo ministro.
O PS anunciou que vai pedir a presença de Miguel Relvas no Parlamento para esclarecer o caso, enquanto os Verdes querem ouvir também a equipa do jornal.
O PCP considerou que, caso se confirmem as "alegadas pressões", Miguel Relvas "não tem condições para continuar a ser membro do Governo".
Já o Bloco de Esquerda exigiu a clarificação do caso, sublinhando que não pode existir "opacidade" em relação à liberdade de imprensa.
Por seu lado, o PSD considerou que os media "não se deveriam colocar no papel da oposição ao Governo".
Para o Sindicato dos Jornalistas, a confirmarem-se as ameaças e pressões imputadas ao ministro, este "deixaria de ter condições para se manter no Governo".