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Salgado: Bava, Granadeiro e Oi sabiam que havia dinheiro da PT em dívida do GES

O ex-presidente do BES sublinha que os antigos administradores da PT e os accionistas da Oi "sabiam do conceito de prorrogar" o dinheiro aplicado no GES "por um ano". Mas sublinha que essas aplicações eram já antigas.

Pedro Elias
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 19 de Março de 2015 às 18:26

Ricardo Salgado defende que Henrique Granadeiro, Zeinal Bava e os accionistas da brasileira Oi sabiam que a Portugal Telecom tinha excedentes de tesouraria em títulos de dívida de sociedades do Grupo Espírito Santo e que estes seriam prolongados por mais um ano.

 

"Falei com o Henrique e com o Zeinal para prorrogar [os títulos de dívida por um ano]", disse Salgado. O ex-presidente executivo do BES frisa que não negociava aplicações financeiras mas falou sobre essa aplicação porque fazia parte da "parceria estratégica" iniciada em 2000 entre PT, BES e CGD. "E tinha conversado com os parceiros brasileiros".

 

O que os investidores não sabiam era, disse Salgado, que a dívida seria da Rioforte e não da Espírito Santo International. O ex-banqueiro explicou que a tesouraria da PT sempre aplicou na ESI mas que, como foram detectadas aí irregularidades, optou-se por transitar a dívida da ESI para a Rioforte.

 

Na audição da comissão de inquérito, o deputado socialista Pedro Nuno Santos perguntou se as personalidades – uma a uma – tinham conhecimento de que havia dinheiro da PT em dívida do GES. Henrique Granadeiro sabia? "Acredito que sim". Zeinal Bava sabia? "Acredito que sim". Os accionistas da Oi sabiam? "Sabiam e depois desmentiram. Tanto sabiam que elas estavam nas contas do prospecto do aumento de capital da Oi".

 

"Sabiam do conceito de prorrogar a operação por um ano, mas a operação já estava", ressalvou. Salgado repetiu por várias vezes que as operações já estavam firmadas há muitos anos. Destas últimas, o antigo presidente do BES diz que não se falou foi de datas de arranque nem de montantes. O que se falava era do "desenvolvimento da estratégia".

 

Sabendo os accionistas da Oi da aplicação em dívida de sociedades do GES, que acabaram por falir, por que razão não impediu que os termos da combinação de negócios entre a brasileira e a PT fossem revistos, prejudicando a portuguesa? Salgado disse que estava demasiado centrado nos problemas do BES. 

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