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Bolsa grega valoriza mais de 4% e corrige parte das perdas das últimas sessões
Os índices bolsistas gregos recuperaram parte das desvalorizações dos últimos três dias, impulsionados em especial pela recuperação do sector bancário que havia perdido mais de 40% neste período. A supervisora do BCE e o Morgan Stanley garantem a robustez do sector financeiro helénico.
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O índice grego FTASE, que agrega as 25 maiores cotadas helénicas, fechou a sessão desta quinta-feira a valorizar 4,15%, o que lhe permite recuperar parte das perdas registadas nos três dias seguintes à vitória de Alexis Tsipras, novo primeiro-ministro, nas legislativas gregas do passado domingo. Ainda assim, desde segunda-feira o índice FTASE acumula perdas superiores a 17,5%.
A tendência foi acompanhada pelo índice ASE, onde estão presentes todas as cotadas gregas, que terminou o dia a apreciar 3,16%. Ambos os índices bolsistas interromperam assim uma sequência de três sessões consecutivas a negociar em queda.
A justificar a valorização dos principais índices bolsistas da Grécia esteve a boa prestação do sector financeiro helénico, com três dos principais quatro bancos a valorizarem mais de 10%. Depois de uma queda superior a 40% entre segunda e quarta-feira, a banca helénica beneficiou de declarações oficiais que advogam a sua robustez.
Assim, o Alpha Bank liderou os ganhos ao disparar 19,93%, seguido do Banco Nacional da Grécia que apreciou 12,57% e do Eurobank que avançou 14%. Mais comedida foi a valorização do Piraeus Bank que terminou o dia a somar 5,42%.
A presidente do Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Daniele Nouy, afirmou que "os bancos gregos estão a enfrentar uma situação difícil agora devido às eleições, mas eles são muito fortes".
"Eles vão superar esta crise como já superaram as anteriores", assegurou a responsável pela supervisão dos bancos da Zona Euro em entrevista à agência Bloomberg.
Também o banco norte-americano Morgan Stanley afiançou que a banca grega tem potencial de valorização no longo prazo. "Reiteramos o valor de longo prazo que vemos nas acções da banca grega", disse o banco norte-americano em nota citada pela Reuters.
A instabilidade que se fez sentir nos mercados depois da vitória do Syriza nas eleições do domingo passado, acentuou-se na passada quarta-feira, dia em que se reuniu pela primeira vez o Governo empossado na terça-feira e em que foram anunciadas as primeiras medidas.
O novo Executivo grego começou por corresponder às expectativas criadas ao longo da campanha eleitoral e anunciou a reversão de várias medidas aplicadas a partir de 2010, ano do primeiro resgate internacional à Grécia. Foi anunciada a subida do salário mínimo, a interrupção dos processos de privatização do sector eléctrico grego e de um porto naval e ainda a readmissão dos funcionários públicos dispensados ao longo da vigência do programa de ajustamento da troika.
A confirmação da intenção de terminar com a austeridade bem como a adopção de uma clara estratégia de confrontação face a Bruxelas e Berlim, acentuou o receio de que o BCE pudesse interromper os financiamentos aos bancos gregos. Tal incerteza, iniciada com a antecipação das legislativas para 25 de Janeiro, levou a uma corrida aos depósitos, com a Bloomberg a noticiar que a banca helénica já perdeu 11 mil milhões de euros desde o início de Janeiro.
No que diz respeito aos juros da dívida verifica-se que nas maturidades mais curtas as taxas exigidas pelos investidores nos mercados secundários seguem a subir, enquanto nos prazos mais longos as "yields" seguem a cair. A excepção é mesmo no prazo a 6 meses, estando a taxa de juro das obrigações gregas a aliviar 25,4 pontos base para 3,01%.
Na maturidade a 3 anos a "yield" avança 47,3 pontos para 17,2% e a 5 anos sobe 13,7 pontos para 13,56%. Já no prazo a 10 anos a taxa de juro associada às obrigações helénicas recua 18,4 pontos base para 10,16%.
(Notícia actualizada às 16h27 com informação sobre as taxas de juro)