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Bolsa portuguesa em mínimos de dois meses lidera quedas na Europa
Os títulos da energia (em particular os da Galp) e do BCP estão entre os que mais condicionam a prestação do principal índice nacional, que acompanha a trajectória de quedas na Europa marcadas pelo tombo dos papéis do Deutche Bank.
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A praça portuguesa regista a sexta sessão de quedas das últimas dez, pressionada pelos títulos da Galp e do BCP e a liderar as perdas na Europa, onde as negociações estão a ser marcadas pelos fortes recuos do Deutsche Bank depois de uma multa recorde nos EUA.
O PSI-20 perde 1,35% para 4.493,04 pontos, em mínimos de dois meses, com os papéis da Galp a afundarem 4,55% depois da redução de posição do maior accionista, Américo Amorim, concluída esta quinta-feira.
Com perdas da mesma magnitude está a construtora Mota-Engil, que tomba 4,15% para 1,615 euros, em mínimos de dois meses, depois de ontem o presidente António Mota ter afirmado que é preciso investimento público no sector da construção, mas que ainda não tem confiança para investir em Portugal.
A empresa é, no índice, uma das expostas a mercados com grande dependência de petróleo, numa altura em que o preço do ouro negro cai 1,03% para 46,11 dólares em Londres, perante especulação de aumento de excesso de oferta no mercado internacional. Em Nova Iorque o West Texas Intermediate cai 0,9%.
Entre os recuos na praça portuguesa estão ainda a EDP Renováveis e o BCP. O banco liderado por Nuno Amado cai 1,67% para 0,0177 euros, em mínimos de 11 de Julho depois de o conselho de administração ter aprovado na quarta-feira a entrada da Fosun no capital da instituição - um acordo que quer fechar até ao fim deste mês e que o Sabadell diz ser positivo -, enquanto o BPI é o título que mais sobe no índice, ao avançae 1,95% para 1,045 euros.
Performances mistas no sector financeiro, que no entando lidera as quedas no resto das praças europeias. A marcar a banca está o tombo superior a 8% das acções do alemão Deutsche Bank, que foi notificado pelo Departamento de Justiça norte-americano para pagar uma multa de 12,4 mil milhões de euros, montante que não tenciona pagar.
A nível doméstico também uma das componentes que condicionam o financiamento da banca no mercado - os juros da dívida soberana em mercado secundário – se destaca, com as "yields" a agravarem em contraciclo com os pares da periferia do euro.
O risco da dívida (diferencial entre as "yields" a que negoceiam as obrigações a dez anos de Portugal e da Alemanha) está em máximos de sete meses, depois de esta quinta-feira também já ter disparado, perante avisos do Conselho de Finanças Públicas sobre o modelo de crescimento económico do Governo, a sua revisão em alta da meta para o défice e um pior cenário para o PIB no final do ano.
Os agravamentos nos juros – que estão nos 3,49% - ocorrem ainda no dia em que a agência de notação S&P tem previsto pronunciar-se sobre o rating da dívida soberana portuguesa.
(Notícia actualizada às 10:44 com mais informação)