A bolsa de Lisboa perdeu 9,03% do seu valor durante Outubro. Todas as cotadas fecharam o mês com perdas, com sete das 18 cotadas a perderem, pelo menos, 10%. A queda da bolsa nacional foi a maior desde Julho (-12%), mês marcado pela instabilidade no BES, que culminou com o resgate a 3 de Agosto. Outubro é o sétimo mês consecutivo de perdas na praça nacional, sendo este o maior ciclo de perdas desde o período de 11 meses terminado em Janeiro de 2012.

A Portugal Telecom foi a cotada que mais afundou durante este mês: 21,55% ficando a valer 1.171 milhões de euros. A incerteza sobre o futuro da sua participada brasileira, a Oi, contribuiu para esta desvalorização. Entre a saída de Zeinal Bava a 8 de Outubro e o dia 22, a empresa liderada por João Mello Franco tombou 40,19%.

Desde então regressou às valorizações e subiu 32% até esta sexta-feira, 31 de Outubro. A cotada foi influenciada pelo desempenho positivo da Oi na bolsa de São Paulo devido às notícias sobre a possível compra da operadora Tim, em conjunto com a Claro e a Vivo. A Oi confirmou hoje que está em conversações com a América Móvil - que detém a Claro - para adquirir a Tim.

A segunda cotada a sofrer a maior desvalorização foi a Jerónimo Martins: menos 19,95% para 4.391 milhões de euros. O grupo de distribuição sofreu uma queda de 15% nos lucros durante os primeiros nove meses do ano. A queda dos preços dos alimentos em Portugal e na Polónia, os principais mercados da empresa, contribuíram para a redução do resultado líquido, apesar das vendas terem aumentado nos dois países.

A fechar o pódio está a Mota-Engil. A empresa perdeu 18,26% do seu valor em Outubro, valendo agora 855,4 milhões de euros. A empresa anunciou este mês que as operações em África registaram uma subida de 62% nos lucros durante o primeiro semestre. Depois de ter sido adiada no Verão, a entrada em bolsa da Mota-Engil África poderá derrapar para 2015, conforme apontam os analistas. 

Ao mesmo tempo, a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins anunciou que ganhou um contrato para o desenvolvimento de um grande empreendimento turístico nos próximos 10 anos no México, no valor de 1.500 milhões de dólares.

Destaque também para o BCP, que perdeu 13,15% este mês, valendo agora 4.877 milhões de euros. Foi nos últimos dias de Outubro que foram divulgados os resultados dos testes de stress do Banco Central Europeu (BCE). O banco liderado por Nuno Amado chumbou no cenário mais adverso desta avaliação.

A instituição vai submeter um plano de recuperação ao BCE durante o mês de Novembro. No entanto, isto é uma formalidade visto o BCP ter vindo a proceder durante este ano a aumentos de capital sob a orientação do BCE. É que a avaliação da autoridade monetária tinha em conta o estado dos balanços do banco no final do ano passado.

A cotada que menos perdeu este mês foi a Semapa, ao descer apenas 0,52%. A segunda cotada que menos caiu foi a EDP, ao ceder 0,69%. Todas as restantes caíram mais de 3%, sendo que das 18 que compõem actualmente o principal índice bolsista, sete depreciaram, pelo menos, 10%.