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Santander faz aumento de capital de até 7,5 mil milhões de euros

O grupo espanhol vai fazer um aumento de capital mais de três vezes superior ao realizado pelo BCP. São 7,5 mil milhões de euros. A política de dividendos também vai ser alterada.

Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 08 de Janeiro de 2015 às 13:28

O Santander vai fazer uma mega operação de reforço de capital. O banco espanhol vai pedir 7,5 mil milhões de euros num aumento de capital. É mais de três vezes superior aos 2,25 mil milhões de euros que o português BCP pediu no ano passado - uma dimensão que nunca se tinha visto em Portugal. Aliás, na Bolsa de Lisboa, apenas a EDP vale mais do que o montante que o Santander quer juntar ao seu capital.

 

O regulador do mercado de capitais espanhol suspendeu a negociação das acções quando avançavam mais de 3%. No mercado, havia uma especulação: vem aí um aumento de capital e pode ser um valor pouco usual – 7 mil milhões de euros. O montante é, afinal, mais elevado: 7,5 mil milhões de euros. O valor representa 9,9% do capital do banco antes do aumento de capital. A capitalização bolsista da instituição é de 86,3 mil milhões de euros.

 

A operação será discutida esta quinta-feira, 8 de Janeiro, em reunião do conselho de administração liderado, desde Setembro, por Ana Botín (na foto). "A referida operação vai realizar-se através de uma colocação acelerada", diz o comunicado enviado ao regulador. O aumento de capital não tem direito de preferência, ou seja, os actuais accionistas não terão acesso a receber novas acções.

 

Conforme comenta a imprensa espanhola, a operação é a forma encontrada pelo Santander para responder às críticas de que o seu nível de solvência não é tão sólido como o dos restantes grandes bancos europeus.

 

No encontro da administração, também se irá discutir a "reorientação" da política de distribuição de dividendos. O banco pagava, actualmente, 60 cêntimos de dividendo por cada acção. Agora, irá pagar a remuneração accionista em quatro pontos: 3 dividendos em dinheiro e um previsivelmente em acções. Cada um deles tem um valor estimado de 5 cêntimos, pelo que totalizarão 20 cêntimos. Esta nova distribuição aplicar-se-á já em relação ao exercício de 2015.

 

As acções do Santander estiveram a negociar em alta esta manhã mas desde as 11h00 que vêm registando uma tendência de subida mais acentuada. Os títulos, pelas 12h30, dispararam mais de 3%. Quando subiram 3,32%, para valer 6,855 euros, pelas 12h30, foi determinada a suspensão por parte da Comissão Nacional do Mercado de Valores, o congénere espanhol da portuguesa CMVM.


"A CNMV decidiu suspender, com efeitos imediatos, a negociação do Banco Santander, por ocorrerem circunstâncias que possam perturbar o normal desenrolar das operações", indica o comunicado no site oficial.  

 

O Santander é, desde Setembro passado, liderado por Ana Botín. Em Portugal, o grupo tem um banco: o Santander Totta, que manifestou interesse em adquirir o Novo Banco, a instituição que herdou os activos e passivos saudáveis do Banco Espírito Santo, operação que lhe permitiria ganhar músculo - e talvez a liderança - no país.

 

 

 

(Notícia actualizada às 13h45 com mais informações)

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