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Banif reduz recomendação da EDP para «manter»
O Banif reviu em baixa a recomendação para as acções da EDP de «comprar» para «manter», após a apresentação do programa de corte de custos «que só reafirmou a falta de ambição da empresa». Os despedimentos poderão custar até 227,4 milhões de euros.
Ontem, a eléctrica portuguesa apresentou o seu plano de corte de custos para os próximos três anos mas, segundo o Banif, «a empresa não foi nada ambiciosa» na fixação dos objectivos, depois de resultados de 2001 que foram pautados pelo «descontrolo dos custos operacionais».
A EDP espera despedir ou pré-reformar 250 pessoas por ano e 1.497 até 2005. Os custos relacionados com estes despedimentos poderão variar entre os 26,1 milhões de euros a 227,4 milhões de euros, diz o Banif.
O valor exacto a suportar pela eléctrica irá depender, segundo o banco de investimento, dos custos por trabalhador dispensado e do lado da distribuição, da política da Entidade Reguladora do Sector Eléctrico (ERSE).
A entidade reguladora até aqui não admitia como custo transferível para o consumidor final, os custos incorridos com esta redução de pessoal.
Segundo o Banif, a principal surpresa de 2001 foi o «descontrolo» dos custos com o fornecimento e serviços externos (FSE).
«Para 2002, a eléctrica tem como objectivo reduzir estes custos em 20,8 milhões de euros, e uns ainda mais modestos 48,2 milhões entre 2001 e 2005», constata o mesmo estudo, depois de, em 2001, os FSE totais terem ascendido aos 654 milhões de euros.
As acções da EDP [EDP] seguiam com uma valorização de 0,85% para os 2,37 euros, a recuperarem da queda de ontem de 4,47%.