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Espanha emite toda a dívida pretendida, juros sobem em linha com o esperado

O Tesouro espanhol colocou 2.541 milhões de euros num leilão duplo de dívida de longo prazo, um pouco mais do que o montante total pretendido, que era relativamente baixo. Custos subiram em linha com o esperado pelos analistas.

Edgar Caetano edgarcaetano@negocios.pt 19 de Abril de 2012 às 09:52
Espanha pagou juros mais elevados numa emissão de 1.425 mil milhões de euros em dívida a 10 anos, pagando uma taxa implícita de 5,79%, acima dos 5,4% pagos num leilão similar realizado em Janeiro.

A subida dos custos ficou em linha com o esperado pelos analistas, e reflectem o recente agravamento da percepção de risco em torno de Espanha.

A procura superou em 2,42 vezes o montante colocado, o que deve ser lido tendo em conta o montante relativamente baixo que Espanha pretendia obter no mercado.

Somando os 1.116 milhões emitidos numa linha a dois anos – com taxa média de 3,46% –, Espanha colocou um pouco mais do que o montante máximo previsto, que ia de 1.500 milhões a 2.500 milhões de euros.

“Ainda que parte do ‘sucesso’ do leilão se deve ao montante relativamente baixo que estava a ser oferecido, diríamos que a operação atraiu procura razoável”, comenta Annalisa Piazza, do Newedge Strategy, em nota de reacção ao leilão.

Já “a subida dos custos de financiamento não é surpreendente e, na nossa opinião, foi também um dos factores que suportou a procura por parte dos investidores, que aproveitaram os preços actuais para comprar títulos com boa rentabililidade”, acrescenta a especialista.

Annalisa Piazza nota ainda que muitos investidores têm estado a apostar na queda do valor dos títulos (e na subida dos juros) através da prática chamada “short-selling”. Os investidores “pedem emprestados” títulos e realizam um lucro se o título se desvalorizar até ao momento em que eles compram títulos semelhantes para devolver. A procura no leilão de Espanha poderá, em parte, justificar-se pela necessidade de “cobrir” estas posições curtas.

De qualquer forma, Richard McGuire, analista do Rabobank, diz que "o resultado foi razoável e pode ajudar a aliviar os receios de que está a 'secar' o mercado por dívida espanhola".

Luca Jellinek, do Crédit Agricole, diz que "o leilão não foi mau, de todo, foi talvez até melhor do que esperávamos".
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