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Guerra pela Vivo "ainda não está resolvida"
Os analistas do BPI dizem que o embate entre a Portugal Telecom e a Telefónica, pelo controlo da Vivo, ainda não está resolvido e que existem “riscos políticos e legais que podem arrastar esta questão durante algum tempo”. Ainda assim, a recomendação continua a ser de "comprar".
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O BPI Equity Reserach atribui um preço-alvo de 8,30 euros por acção à Portugal Telecom, o que confere aos títulos um potencial de subida de 0,3%. No entanto “o forte interesse” da Telefónica na Vivo deverá suportar o desempenho dos títulos e justifica a recomendação da casa de investimento.
“O veto do governo português foi inesperado e levanta algumas questões quanto à sua legalidade”, diz a equipa de analistas liderada por Pedro Pinto Oliveira. A operadora espanhola prolongou a sua oferta até dia 16 de Julho e disse que “se reserva o direito de recorrer a tribunal”. No dia 8 de Julho, o Tribunal Europeu de Justiça pronuncia-se sobre a legalidade da Golden Share do Estado na Portugal Telecom.
A deliberação “o que pode aumentar significativamente a pressão para que se eliminem” os direitos preferenciais de que o governo fez uso para bloquear a aceitação da proposta.
Segundo o banco existem “três alternativas para o impasse”. Como uma hipótese “muito provável” o banco enuncia a possibilidade de a “golden share” ser eliminada no curto prazo, prevendo que nesse caso a Telefónica não retire a oferta e seja convocada uma nova Assembleia-Geral de Accionistas.
“Por outro lado não excluímos a possibilidade de o processo ser arrastado por bastante tempo”, diz o banco de investimento que nesse caso vê o risco de que a Telefónica retire a oferta e só procure um negócio depois da extinção da “Golden Share”. Neste caso existe o risco de que uma nova oferta não seja tão benéfica para os accionistas como a actual, mas é o “forte” interesse da Telefónica na Vivo que suporta o preço da Portugal Telecom.
“Por último” o BPI Equity Research “não põe de lado uma oferta pela totalidade da PT”, mas não acredita que esta seja provável, mesmo que seja eliminada a “Golden Share”. Não só os espanhóis necessitariam de reunir dois terços de votos a favor em Assembleia-Geral como enfrentariam um custo muito superior, que poderia pressionar o seu balanço. Tudo para comprar activos, em que “pensamos que a Telefónica não tem um interesse particular”, concluem os analistas.