Notícia
Situação na Líbia preocupa países importadores de petróleo
A escalada de violência neste país do norte de África está a provocar uma forte subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais e a deixar impacientes os países importadores. A Espanha, que importa 12% do seu petróleo da Líbia, já convocou um gabinete de crise.
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De acordo com os dados da Agência Internacional de Energia (AIE), 12,1% do petróleo importado pela Espanha em 2010 teve origem na Líbia. Em Portugal, essa percentagem é ligeiramente inferior (11,1% do total de importações de crude).
"O mercado de crude tem tanta liquidez, e tantos fornecedores, que nós não temos dificuldade em substituir qualquer fornecedor que interrompa os seus abastecimentos", sublinhou Ferreira de Oliveira, citado pela Lusa.
AIE pode recorrer a reservas estratégicas
O director-executivo da AIE, Nobuo Tanaka, reconheceu esta tarde que a situação na Líbia é preocupante e "que uma pequena interrupção pode criar um pico no preço" do petróleo.
"Estamos preocupados com a situação na Líbia. Ainda não sabemos que tipo de impacto e de interrupção pode causar. Estamos atentos à situação, porque o mercado está mais ajustado. Até porque uma pequena interrupção pode criar um pico no preço", afirmou Nobuo Tanaka.
A AIE revelou, assim, que pode recorrer a 1.600 milhões de barris das reservas estratégicas caso o fornecimento líbio seja interrompido.
Também a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) já garantiu que está disponível para intervir no mercado petrolífero caso seja necessário.
O regime de Kadhafi é um dos principais produtores de petróleo mundiais, com uma produção de 1,47 milhões de barris diários. O país detém as maiores reservas petrolíferas de África.
Repsol e Eni suspendem produção
As duas petrolíferas anunciaram hoje a suspensão da sua produção na Líbia devido à escalada de violência.
A espanhola Repsol produz na Líbia uma média de 34.777 barris por dia, o que equivale a 3,8% da sua produção mundial e a 10% da produção da divisão Argentina do grupo, a YPF.
A ENI optou por suspender parte das operações de exploração de petróleo e gás e adoptar medidas de segurança nas suas infra-estruturas. A petrolífera italiana vai ainda retirar do país todos os seus funcionários estrangeiros.