Notícia
Petróleo em mínimos de quase sete anos com excesso de oferta e valorização do dólar
As cotações do crude seguem a negociar no vermelho nos principais mercados internacionais, com a referência dos Estados Unidos no nível mais baixo desde Fevereiro de 2009.
- Assine já 1€/1 mês
- 2
- ...
Os preços do "ouro negro" prosseguem o movimento de queda, a serem pressionados pelo excesso de oferta mundial e pela valorização do dólar na sequência do aumento de juros por parte da Reserva Federal norte-americana.
O contrato de Janeiro do West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os EUA, segue a ceder 1,20% para 34,53 dólares por barril, o que não acontecia desde Fevereiro de 2009. Desde o início do ano, a queda é de 35,1%.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte - crude que serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Fevereiro está a negociar nos 36,83 dólares por barril, com um recuo de 0,62%. No acumulado do ano, perde 35,7%.
O excesso de oferta mundial mantém-se e a tendência intensificou-se numa altura em que as reservas norte-americanas de crude estão no mais alto nível desde 1930 nesta altura do ano. Com efeito, os stocks desta matéria-prima nos EUA estão mais de 120 milhões de barris acima da média sazonal dos últimos cinco anos. Isto numa altura em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo assumiu a produção actual dos seus 12 membros nos 31,5 milhões de barris por dia, quando a quota de produção do cartel estava estipulada em 30 milhões de barris diários.
A contribuir para a descida dos preços está também a valorização da nota verde, uma vez que o petróleo perde a sua atractividade como investimento por ser denominado em dólares. A divisa norte-americana está a ganhar terreno desde que a Fed anunciou, no dia 16 de Dezembro, a primeira subida dos juros de referência em sete anos.
"Três grandes acontecimentos nas últimas duas semanas – a decisão da OPEP, o forte aumento dos inventários nos Estados Unidos e a subida de juros por parte da Fed – estão a criar um maior pessimismo no que diz respeito ao petróleo", comentou à Bloomberg uma analista do Nordea Markets, Thina Saltvedt.