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90% da emissão de 750 milhões da CGD foi colocada junto de investidores estrangeiros (act)

Procura na emissão de obrigações hipotecárias do banco estatal ficou nos 4 mil milhões de euros e o “spread” em 285 pontos base, o que coloca o juro da operação abaixo de 4%. Apenas 10% da emissão foi colocada junto de investidores nacionais.

Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 11 de Janeiro de 2013 às 12:48

A Caixa Geral de Depósitos concretizou hoje uma emissão de obrigações hipotecárias, a primeira realizada por um banco português desde 2000, com um custo de financiamento abaixo dos 4%.

 

Tal como o Negócios tinha noticiado, o “spread” da emissão foi fixado em 285 pontos base, pelo que a taxa de juro (tendo em conta a taxa de mercado “mid-swap”, para o prazo da emissão) ficará em redor de 3,8%. Uma taxa que se situa abaixo da "yield" da dívida soberana portuguesa, que se situa hoje em 4,94%.

 

A CGD pretendia colocar entre 500 e 750 milhões de euros, sendo que devido à elevada procura, optou por colocar o montante máximo. A procura ascendeu a cerca de 4 mil milhões de euros, o que representa mais de 5 vezes o montante da oferta final.

 

As obrigações têm maturidade em Janeiro de 2018, tratando-se da primeira emissão de obrigações garantidas por activos imobiliários, desde que os bancos portugueses perderam o acesso ao mercado de financiamento com a crise financeira.

 

De acordo com um comunicado da CGD, a emissão contou com a participação de cerca de 200 investidores. Do total colocado, cerca de 90% realizou-se fora de Portugal, nomeadamente Reino Unido (19%), Alemanha e Áustria (19%), França (13%) e Suíça (11%). Os investidores portugueses e espanhóis ficaram ambos com 10% cada.

 

“Com esta operação a Caixa Geral de Depósitos inaugura o regresso de Portugal ao mercado de obrigações hipotecárias, onde não se verificava nenhuma operação desta natureza deste Março 2010, confirmando a boa aceitação e prestígio da CGD enquanto emitente no mercado de capitais internacional e abrindo caminho para o recurso a este importante instrumento de funding para outros bancos portugueses”, refere um comunicado do banco estatal.

 

Esta é a segunda emissão de dívida da CGD desde que Portugal solicitou apoio financeiro internacional, sendo que também o BES já realizou duas emissões nos últimos meses.

 

Apesar das emissões não serem comparáveis (as obrigações colocadas pela CGD são hipotecárias) o custo de financiamento do banco estatal registou uma queda considerável face ao juro pago pelo BES. O banco Ricardo Salgado, numa operação realizada esta semana, pagou uma taxa inferior a 5%.

 

Face às primeiras emissões dos dois bancos, a descida dos custos de financiamento é ainda mais considerável. Em Outubro o BES pagou 6% numa emissão de 750 milhões de euros e em Novembro a CGD tornou-se no segundo banco português a regressar aos mercados com a emissão de 500 milhões de euros em que pagou um juro de 5,75%.

 

Os títulos emitidos hoje pela CGD têm uma classificação de crédito de “Baa3” da Moody’s, de “BBB” da Standard & Poor’s e de “a” pela agência de notação DBRS. O Caixa BI, Commerzbank, Crédit Suisse e Société Générale são os bancos envolvidos na operação.

 

(notícia actualizada com comunicado da CGD com detalhes finais da operação)

 

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