- Assine já 1€/1 mês
- ...
A estrutura accionista do Taguspark é apontada por Carmona Rodrigues como vantajosa, na medida em que "a diversidade deste tipo de accionistas é garantia de estabilidade e perenidade do parque". Mas contesta a classificação do parque como sendo entidade pública.
O Taguspark esteve nas bocas do mundo [pela tentativa de compra da TVI, e pelo processo em tribunal por alegada utilização de um contrato com Figo para apoio a uma campanha de Sócrates]. Sentiu impacto da má propaganda?
Nem tanto. Senti mais o rescaldo da crise económica, que fez ajustar os preços de arrendamento a valores de mercado. Foi uma altura em que houve uma diminuição da taxa ocupação e receitas. Mas houve decisões tomadas em sentido contrário. Houve uma grande diminuição de gastos, a começar pela administração. Houve um ajustamento às circunstâncias. 2015 foi o segundo ano consecutivo com resultados positivos.
O objectivo é dar lucro?
Eu diria que é não ter prejuízo.
Mas é objectivo pagar dividendos aos accionistas?
Nunca foram pagos. O objectivo é reinvestir, sempre. O objectivo é não ter prejuízos, mas tudo o que for positivo é reinvestido. Temos gasto muito agora em manutenção de edifícios. E ganhámos em tribunal um processo.
O do Figo?
Não. Esse estaremos destinados a perder. Foi feito um contrato em que aparentemente o objecto foi cumprido [produção de um vídeo de publicidade com o ex-jogador], só não foi cumprido o pagamento.
Usam o vídeo?
Não. Nem sei onde está. Nunca o vi.
Qual foi o processo que ganharam?
Contra a Gás de Lisboa, que instalaram uma conduta de gás importante em terrenos nossos. Se calhar estou destinado a isso, a resolver berbicachos...
Agora é uma entidade pública... Não contestaram essa classificação?
Antes de contestar gostava de ser esclarecido. Até agora não há esclarecimento total e claro de qual é a situação da nossa natureza jurídica. O decreto-lei 133/2013 coloca-nos como pública, mas sempre foi privada, e de repente fica com inseguranças. De facto 55% dos accionistas são entidades públicas, mas não dependentes do sector empresarial do Estado e nem sequer têm a mesma tutela. Genericamente fazemos as coisas como na contratação pública, mas não estamos obrigados, temos pareceres. O problema é de gestão, se quisermos alienar um terreno, que tramitação é que temos? Temos de informar o Ministério das Finanças? Já fui até ao Ministério das Finanças pedir informações. Estamos a aguardar esclarecimentos.
