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Imobiliário pede medidas fiscais para subir mercado de arrendamento

Quando o financiamento para a compra de casa abrandou, o arrendamento reforçou posição. Agora que a torneira da banca volta a pingar, o sector não quer ver este mercado perder terreno.

Wilson Ledo wilsonledo@negocios.pt 16 de Setembro de 2015 às 21:00
Bruno Simão/Negócios
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"Queremos que haja mais mercado de arrendamento." A frase é de Romão Lavadinho, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, mas a posição foi partilhada pelos oradores presentes na conferência "Observatório: O Imobiliário em Portugal", organizada pelo Negócios esta quarta-feira, 16 de Setembro.

Apesar de um reforço do arrendamento, a opção de compra-venda continua a ser a preferida dos portugueses. No país, cerca de 70% tem casa própria. Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Iberia, recorda que há mais gente a arrendar como uma "alternativa possível" às barreiras no financiamento bancário. Entre os seus clientes, "a primeira opção sempre foi a compra", posiciona.

Agora que a torneira do financiamento volta a pingar, é preciso arranjar soluções para que o arrendamento se consolide. "Se houver mais mercado de arrendamento, os preços podem baixar. A fiscalidade é que tem de ser revista", reage Lavadinho. Evitar duplas tributações ou permitir a dedução do IMI da casa arrendada no IRS são sugestões que deixa.

Também o presidente da APEMIP, Luís Lima, mostra-se um "adepto fervoroso" desta modalidade, embora reconheça que a rentabilidade que dela se retira é menor. "Se queremos sobreviver, temos de trabalhar o mercado de arrendamento", remata.
Com a redução que se assiste novamente nesta opção, Lima defende que é preciso "criar condições" para os arrendatários, tendo em conta a própria realidade dos baixos rendimentos em Portugal. Um estudo da APEMIP mostra que mais de metade das pessoas que arrendaram casa fê-lo com valores acima das suas possibilidades.

A vontade da nova geração em regressar aos centros das cidades deve ser encarada como uma oportunidade para este mercado, mas a oferta actualmente disponível está longe de se adaptar à procura, consideram os especialistas.
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