A responsável adianta que, "durante o seu primeiro ciclo de implementação (do 1º ao 4º ano) de 2002 a 2006, foi efetuado um estudo de eficácia a nível nacional, em doze concelhos (Amares, Braga, Cascais, Fafe, Guimarães, Lisboa, Monção, Oeiras, Póvoa de Lanhoso, Vila Nova de Famalicão, São João da Madeira e Valpaços)".
De um total de 1.702 alunos, 1.183 foram alvo do programa Crescer a Brincar. Quatro anos depois, revelaram melhorias em todas as variáveis analisadas, ou seja, no autocontrolo, comportamento, diferenciação emocional e aceitação dos pares, diferenciando-se dos alunos que não tinham participado do programa.
A figura
Lorena Crusellas
Fundadora da Associação Prevenir
Foi numa colaboração com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), que trouxe Lorena Crusellas a Lisboa, que a socióloga espanhola se deparou com as carências existentes em Portugal na área da prevenção da doença e promoção da saúde, nomeadamente mental. Cruza-se com o psicólogo Paulo Moreira, que tinha já desenvolvido um manual para crianças do primeiro ciclo e possuía a ambição de criar programas a nível europeu nesta área da prevenção. Em 2002, criam, para esse mesmo efeito, a Associação Prevenir, destinada a desenvolver programas de promoção de comportamentos saudáveis e prevenção de comportamentos de risco. A ONG tem hoje uma delegação em Espanha, a cargo, precisamente, de Lorena, que entretanto regressou ao seu país natal. À frente da Prevenir, em Portugal, está hoje Margarida Barbosa. Um dos programas que desenvolve é o Crescer a Brincar.Margarida Barbosa
Presidente da Associação Prevenir
"Resultados são melhores com os professores"
Porque são os professores que trabalham estas competências com crianças e jovens?
Está provado que os resultados são melhores com os professores do que se forem técnicos externos, sobretudo na primária. Depois, sendo o professor a implementar, pode fazê-lo consoante funcionar melhor. E são programas que ajudam a trabalhar várias matérias.
Não há resistências?
Desde 2002, nunca tivemos um professor que dissesse: "eu não quero dar continuidade a isto". E se o professor não aderir não resulta. Os professores gostam porque os ajuda a detetar situações e a trabalhar os miúdos em sala. E também se trabalha a gestão emocional do próprio professor.
Dê-me um exemplo?
Quando fazemos o acompanhamento nas escolas e estamos muito presentes detetam-se, de facto, situações de risco. Recordo-me do caso de um aluno que, porque estávamos a falar do sentimento de tristeza, de repente conta uma história que aconteceu em casa. Ou de uma aluna que, numa dada temática desenvolvida no manual, perguntou quem tinha escrito o livro. "O autor sabe mesmo como eu me sinto. É mesmo assim que eu me sinto", desabafou. E conseguem assim verbalizar sentimentos.
Trabalham sobretudo em escolas ditas problemáticas?
As câmaras que nos procuram são transversais. Não são necessariamente as escolas problemáticas. Todas as crianças enfrentam estas problemáticas.
"Os vídeos dos projetos finalistas ficam disponíveis, a partir de 22 de novembro, em www.premiosaudesustentavel.negocios.pt"
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